Uma alimentação variada, bem diversificada é uma excelente idéia. É um conceito universal,que faz parte de varias culturas. Os cereais, frutas, folhas, legumes e grãos, todos devem ser variados. Existe uma proposta de rodízio de cereais que é a seguinte: cada dia da semana é regido por um planeta que rege um cereal correspondente. O rodízio será apresentado abaixo. Acho que isso chama a atenção daqueles que dão mamão, banana e maçã rotineiramente para a criança. Está oferecendo frutas, mas na verdade a proposta não é dar a mesma sempre, e sim oferecer variadas. Frutas da estação é um bom conceito, pois assim se proporciona uma diversidade natural, respeitando-se o ciclo das plantas.
Uma alimentação diversificada pode conter um legume de cima da terra, um de baixo, folhas refogadas ou cruas, rodízio de cereais. Quanto a introdução de grãos: ervilha, lentilha, grão de bico, feijões: azuki, carioca, branco, preto, rajado, moyashi, poderá ser feito a partir dos 9 meses, também diversificando.Proponho ainda um rodízio de sementes, castanha do Pará, de caju, gergelim, amendoim, que podem ser oferecidos ralados na salada ou cozidos com os cereais.
Quanto mais ampliar a diversidade dos alimentos consumidos, maior diversidade de micronutrientes e, com isso, muito maior ganho em saúde.
Para as mães que precisam voltar ao trabalho, sugiro que comecem a fazer ordenhas pelo menos quinze dias antes do retorno. Pode-se fazer um estoque antes deste prazo,caso seja possível. O ideal não é tirar o leite em cima da hora.Outra sugestão é que se faça um preparo retirando o leite no mesmo horário em que será retirado no local de trabalho, para manter o corpo informado dos horários dessas retiradas. Por exemplo,quando se retira o leite no meio da manhã e no meio da tarde, desde duas semanas antes de começar a trabalhar, isto será repetido no local de trabalho. Tenho experiências muito boas com mães de pacientes que começaram a trabalhar, mantendo boa produção. É uma questão de disciplina e vontade.
Quanto a forma de retirar este leite, a Leite Fácil e o Cantinho da mamãe, são sugestões de locais aonde se pode alugar bombas elétricas. O Cantinho da mamãe ainda oferece a oportunidade de experimentar a bomba para sentir sua adequação.
Também ajuda, tomar chá da mamãe da Weleda, tintura de algodoeiro, e propor ao bebe mamadas antes e depois do trabalho. Todos são estímulos para manter uma produção adequada.
Em quais horários é melhor, ou quantas vezes ao dia a criança vai receber o leite ordenhado a própria criança que demonstrará, o mesmo em relação ao volume ingerido pelo bebe. As crianças mamam volumes diferentes, em diferentes situações. Algumas mamam pouco quando é oferecido mamadeira ou copo, e outras aceitam melhor. Não existe uma regra sobre isso. Em media calculamos ao redor de 20ml/kg de peso como uma oferta media de leite.
Se já foram introduzidos alimentos, está oferecendo-se fruta, ou alguma raiz,isto pode ser feito utilizando leite materno. Pode-se fazer uma mistura com aveia, com alguma fruta como mamão, banana, abacate,ou mesmo uma raiz,acrescida do leite de sua mãe. Desse modo o leite materno rende mais, se a quantidade ordenhada for menor que a necessária, fazendo render mais seu leite. Pode ser oferecido duas vezes ao dia, desde que o seu filho já esteja conseguindo engolir os alimentos oferecidos.
Se for o caso de introduzir alimentos antes dos seis meses, em situações especiais, alguma fruta por exemplo, melhor seria que a própria mãe o fizesse .É para a introdução ser feita pela própria mãe, sendo um prazer e um direito viver esta experiência.
O ideal é que não sejam introduzidos alimentos antes dos seis meses. Tive boas experiências com mães que se dispuseram manter o aleitamento exclusivo mesmo com a volta ao trabalho. Se conseguir manter essa disciplina com a coleta do leite, isso pode acontecer. Sempre é bom pensar em estoque prévio. A regra brasileira para estoque de leite congelado, não pasteurizado é de 15 dias, mas eu acho pouco tempo. No site Leite Materno, indica-se que em freezer pode ser guardado até três meses.
Em todos os casos, o ideal seria não utilizar outros leites, mas se for necessidade, pode ser utilizado leite de origem vegetal, que acredito seja menos alergênico pro bebê.
Ofereço duas sugestões de leites de origem vegetal clicando aqui.
Coral, Marterna EnCanto, regido pela Isadora Canto
Sem palavras para definir o encontro Oficininhas do sábado passado. Muito obrigado à Matrice pela organização, à minha equipe por segurar as pontas, com suquinhos e quitutes, e a todas as pessoas que participaram e enriqueceram as atividades, seja nas vendas, nas trocas, fotografando, se divertindo. Parabens as iniciativas maternas!
Encontro Amamentando às Segundas Tema: Amamentação de crianças em situações especiais
Data: 23/11/2009 Horário: 08:30 às 12:30 horas Local: auditório Dr. Walter Leser, Instituto de Saúde, Rua Santo Antonio 590, Bela Vista, São Paulo, SP Objetivo: Debater formas de lidar com a amamentação de crianças com Síndrome de Down, fissura lábio-palatal e freio lingual curto.
Programa: 08:30h – Amamentação de crianças em situações especiais: introdução ao tema. Tereza S. Toma , Instituto de Saúde/SES-SP 09:15h – Perguntas e respostas 09:30h – Como lidar com a amamentação de crianças com fissura lábio-palatal: experiência de uma fonoaudióloga. Cláudia Gondim da Silva Chanes, fonoaudióloga, Hosp. Modelo, Sorocaba 10:15h – Perguntas e respostas 10:30h – Como lidar com a amamentação de crianças com freio lingual curto: experiência de uma equipe de saúde do Guarujá. Teresa Cristina Semer, médica pediatra, Secretaria de Saúde do Guarujá 11:15h – Perguntas e respostas 11:30h - Como lidar com a amamentação de crianças com Síndrome de Down: uma experiência. Carlos Eduardo Correa , médico pediatra, consultório particular 12:15h – Perguntas e respostas 12:30h - Encerramento
O tema deste encontro é destinado principalmente a profissionais que atendem mães e recém-nascidos em situações especiais nas Unidades de Saúde, assim como a grupos de apoio na comunidade.
As inscrições são gratuitas e só serão realizadas por meio do site http://www.isaude.sp.gov.br (em eventos e cursos, clicar em Amamentando às Segundas para acesso à ficha de inscrição). Ou clique aqui
Não haverá possibilidade de inscrição no dia do encontro.
Juliette e Alix com 12 dias - Primeiro filme: "Do Outro Lado" extraída do album do Cinematerna
Existem diversos pré-conceitos sobre a fase da amamentação e saídas dos recém-nascidos. Mas para o médico pediatra Dr. Carlos Eduardo Corrêa, tudo isso não deixa de ser mesmo mito. No período do aleitamento materno, os bebês estão muito protegidos e podem sim sair com suas mães para eventuais passeios. Sendo assim, o médico sempre indica e incentiva as suas pacientes a participarem das sessões do CineMaterna.
O ambiente na sala de cinema é favorável aos bebês, com pouca iluminação, redução do volume do som e adequação da temperatura do local. Dessa forma, as mães podem ir tranquilamente participar do projeto sem comprometer a saúde dos bebês.
Conforme Dr. Corrêa, as crianças não têm idade certa para começar a participar, pois já indicou uma paciente a levar seu bebê com apenas 12 dias de vida. “O fato de as crianças estarem sempre junto ao corpo da mãe dá a elas essa proteção e essas mobilizações no colo as deixam mais calmas”, destaca o pediatra. O período em que ele indica as sessões é até a fase em que o bebê começa a engatinhar. A partir de então, fica mais difícil para as mães assistirem aos filmes. Porém, isso pode ajudar no contato com outras crianças.
O especialista procura analisar cada paciente de uma forma para começar a indicar o CineMaterna. “Quando vejo que a mãe está precisando sair de casa, se sentindo muito exausta, faço a indicação independente da idade do bebê”, afirma. Na opinião do médico, o projeto proporciona uma quebra de rotina e uma socialização, pois após as sessões as mães se reúnem para um bate-papo e fazem novas amizades.
Nasce um corpo, mas como se constrói o humano? Qual o diálogo entre biologia e cultura que permite essa construção? O tipo de cuidado que um bebê recebe influi muito na sua saúde mental -e cada cultura lida de um jeito com isso.Conhecer outras formas nos ajuda a refletir sobre o que fazemos com nossos bebês e com nossas mães?
Esses são alguns propostos para reflexão, no evento organizado pelo INSTITUTO GERAR DE PSICOLOGIA PERINATAL, e o INSTITUTO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA BIODINÂMICA
O mesmo acontecerá na quarta-feira, dia 4 de novembro às 20h00 na Rua Jericó, 255 - Terreo - Vila Madalena e será exibido o documentário
"Bebês do Mundo" Com duração de 50 minutos, retrata a relação de cuidados entre mães e bebês em diversas culturas ao redor do mundo: tribos africanas, e asiáticas, índios da Amazônia, entre outros, cada qual com uma maneira própria de cuidar de seus novos membros.
Ficha técnica: Título: Bébés du monde - duração: 52' Realização: Béatrice Fontanel - Claire D'harcourt - Emmanuelle Nobécourt Classificação: livre Áudio: em frances s/ legenda (serão feitas as traduções necessárias durante a projeção) Conteúdo: cinco capítulos com os temas: nascimeto, higiene, transporte, alimentação e o status do bebê no grupo
Aósa exibição do filme haverá uma mesa redonda com: José Armando Macedo, pediatra Ricardo Amaral Rego, psicoterapeuta biodinâmico Vera Laconelli, psicanalista
Evento Gratuito - Vagas limitadas Inscrições pelo telefone:3283-3055 das 13h30 às 20h00 com Irani
III Encontro de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Compartilhando Experiências na Formação de Obstetrizes
DIA 29 DE OUTUBRO, TERÇA-FEIRA DAS 08 ÀS 18 HORAS
Programação 08 às 08h30 - Credenciamento 08h30 às 09h - Solenidade de Abertura 09h às 10h20 - Oficinas 10h40 às 12h - Oficinas
12h às 14h - Almoço
14h às 15h15 - Palestra Debra Brick - Formação de Obstetrizes no Reino Unido 15h15 às 15h45 - Intervalo 05h45 às 17h - Palestra Jane Sandall- Locais em que ocorre a assistêcia ao Parto no Reino Unido 17h às 17h30 - Mesa Redonda 17h30 - Solenidade de Encerramento
Oficinas:
Oficina 1 – Massagem Thai Palestrante: Isadora Marques Crochik Horário (único): 9h as 12h. Vagas: 25 pessoas
Oficina 2 - Santas, Deusas e Orixás: Gênero e Maternidade em Arquétipos Femininos Palestrante: Elizabete Franco Cruz Horário 1: 9h – 10h20 Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 25 pessoas
Oficina 3 – Contos de Fadas e Cantigas de Roda Palestrante: Selma Crepaldi Horário 1: 9h – 10h20 Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 25 pessoas
Oficina 4 – Yoga “Conheça os benefícios da prática de yoga antes, durante e depois da gestação. Uma prática leve, segura, voltada para o relaxamento e alivio das tensões do corpo e aquietação das agitações da mente, que pode ser usada pela mulher como ferramenta de auto-cuidado e auto-conhecimento.” Palestrante: Tânia Suzuki Pichler Castilho Horário 1: 9h – 10h20 Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 25 pessoas
Oficina 5 – Biodanza O nome Biodanza provem da união de Bio: Vida e Danza: movimentos corporais plenos de sentidos. Biodanza, a dança da Vida é um sistema que visa integrar as dimensões cognitiva, motora e afetiva do ser humano. Palestrante: Kazuka Nakata Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 50 pessoas
Oficina 6 - Os 5 sentidos na relação Mãe-Filho Palestrante: Michele Schultz Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 25 pessoas
Oficina 7 – Manejo do Corpo no Trabalho de Parto Palestrante: Vilma Nishi Horário 1: 9h – 10h20 Horário 2: 10h40 – 12h Vagas: 25 pessoas
Oficina 8 – Amamentação a Luz da Primeira Hora Palestrante: Natalia Rea Monteiro Horário 2: 9h – 10h20 Vagas: 35 pessoas
Inscrições pelo site:www.each.usp.br Local: Av. Arlindo Béttio, 1000 - Ermelino Matarazzo - USP Campus Leste
No próximo sábado, 03 de outubro, venha participar do nosso desafio internacional de amamentação!
Parque Ibirapuera portão 7 Espaço da Antiga serraria! Concentração 10:30 mamaço as 11:00
E as 11:30 teremos um coral das maternas! As presentes participarão de sorteio de um sling da Lilith e de uma camiseta de amamentação da Matrice!
O desafio é uma idealizção da Fundação Quintessence que promove todo ano o Desafio Internacional de Amamentação.
Fizemos no ano passado, e vamos participar nesse ano de novo! Apareça!!!
Duvidas, sugestões, críticas e tudo mais vcs podem entrar em contato via email: fcassab@gmail. com e/ou fcassab@gmail. com ou pelo telefone 011- 9622-3737
Espero todas lá! Vamos mostrar que em Sampa, nós maternas temos muito peito!
Um materna convida... Faltam 2 dias para o inicio da Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência, promovida pelo Movimento Humanista que sairá de Wellington, Nova Zelanda, para passar pelos cinco continentes até seu termo em dia 2 de janeiro no Parque Punta de Vacas, Argentina. Não sei se já ouviram falar da mesma. Se trata da maior mobilização da sociedade civil, sem amarrações políticas, sem bandeira partidária, pessoas comuns, disconformes com a realidade que vivemos, na busca de fazer a sua parte por um mundo sem guerras e sem violência.
Babywearing Brasil está promovendo uma Caminhada Nacional de Incentivo ao uso do Sling. A ação acontecerá no dia 26 de Setembro, durante a Semana Internacional de Babywearing. Eventos especiais estão sendo programados para algumas cidades. Se na sua cidade não há programação, faça você mesma! Reúna suas amigas, com seus slings e seus bebês, para uma gostosa caminhada num parque, bosque, shopping, etc, fotografe o encontro e envie para BWB. Todos que usam sling já sabem muito bem os benefícios que ele oferece, então, vamos lá contagiar novos adeptos!
Programação em São Paulo:
SP - Campinas Local 1: Feira Hippie, Centro de Convivência - em frente ao Teatro de Arena. Hora: 10:00h Local 2: Feira do Bebê e da Gestante, Shopping Iguatemi - na entrada da Feira. Hora: das 14:00 às 16:30h Atividades: tira-dúvidas do uso de sling, troca de informações e experiência sobre carregadores de bebês, interação entre gestantes, mães (slingueiras ou não) de Campinas e região. Presença da doula e fisioterapeuta especialista em saúde da mulher, Renata Olah.Responsável: Beatriz Juliana Francisco.
SP - Santos Local: Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga - Santos SP)* em caso de chuva o encontro será no Shopping Praia Mar, entrada principal na Rua Alexandre Martins, 80 - Aparecida - Santos/SP Hora: 15:00h Atividades: Caminhada até a Feir'Arte da Conselheiro Nébias. Tiraremos dúvidas sobre posições, formas de usar e sobre tipos de carregadores. As mamães e grávidas da Baixada Santista também estão convidadas!!Responsáveis: Bruna Leite e Patrícia Rogelia.
SP - São José dos Campos Local: Roda BEBEDUBEM Endereço: Parque Vicentino Aranha (no quisque lá do fundo) Hora: das 10:30 às 12:30h Atividades: encontro de mãe e gestantes, falando sobre babywearing. Responsável: Flávia Penido (psicóloga, arte teraputa e doula) e Katia Zeny (enfermeira-obsetra e consultora de amamentação)
SP - São Paulo Local: Av. Paulista - Saída esquerda da estação Trianon, onde tem sombra de árvores em frente ao Parque Trianon. Endereço: Av. Paulista, na estação Trianon de Metrô. Hora: 14:00h Atividade: Caminhada da Av. Paulista até o Centro Cultural de São Paulo, na estação Vergueiro. Após haverá um bate-papo.Responsável: Lais de Souza e Catro Correa Lima
SP - Sorocaba Local: Parque Carlos Alberto de Souza (Parque Campolim) Endereço: Av. Antônio Carlos Cômitre Horário: 9:30h Atividades: Encontro simultâneo do Ishtar - Espaço para gestantes Sorocaba. Será feita caminhada e um bate-papo sobre carregadores e sua importância no desenvolvimento do bebê e na relação com os pais.Responsáveis: Carla Arruda e Letícia Arruda
Estudo mostra que aspiração gástrica e de vias aéreas é rotina em hospitais RACHEL BOTELHO DA FOLHA DE SÃO PAULO
Recém-nascidos saudáveis são submetidos a aspiração gástrica e de vias aéreas superiores -procedimentos considerados desnecessários e que envolvem riscos quando mal realizados- em hospitais públicos de São Paulo. A conclusão é de um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo feito em três unidades de saúde.
A pesquisa baseou-se em prontuários de 277 recém-nascidos no ano de 2006 de cada uma dessas instituições: um hospital típico do SUS, um hospital que recebeu o prêmio Galba de Araújo por sua proposta de parto humanizado e uma casa de parto. Os nomes das instituições não foram revelados. Os bebês nasceram de gestações de baixo risco e foram considerados vigorosos.
No hospital típico e no premiado, a aspiração gástrica foi feita em 94% e 86% dos bebês, respectivamente, enquanto a aspiração de vias aéreas ocorreu em 96% e 91% dos recém-nascidos. Em contraste, na casa de parto, a taxa de aspiração gástrica foi de apenas 0,73%, e a de vias aéreas, de 8,4%.De acordo com a pediatra Sandra Regina de Souza, coordenadora da área de Saúde da Criança da Secretaria de Estado da Saúde e uma das autoras do trabalho, as evidências científicas mostram que a recepção de recém-nascidos saudáveis deve se restringir a secar o bebê, observar sua respiração e promover o contato com a mãe.
"Quanto menos colocar a mão no bebê, melhor. As evidências são antigas, mas as pessoas continuam fazendo o desnecessário", afirma.
Na opinião do pediatra Carlos José Silvestre Rodrigues, que é instrutor de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria, os resultados mostram que essa é uma prática cultural -e que deve ser extinta. "Aspirar os bebês é uma prática que vem de muito tempo. Hoje, depende da rotina do serviço médico", diz.
Segundo ele, o fato de os nascimentos ocorrerem por via natural nas casas de parto facilita a compressão do tórax do bebê e, consequentemente, a expulsão de líquido -o que pode explicar as baixas taxas de intervenção nessa instituição. "Na cesárea, elimina-se menos líquido, mas também é possível não aspirar esses bebês."Sandra classifica como "surpresa árida" a pequena diferença na taxa de procedimentos do hospital premiado e do típico. "Talvez falte investimento para manter as rotinas esperadas de um hospital premiado", diz.
Para o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, consultor internacional em aleitamento, esses procedimentos representam um excesso de intervenção -o que não é necessário nem indicado e pode levar a diminuição de frequência cardíaca, espasmos de laringe, queda da pressão arterial e dificuldade de mamar nos bebês quando são mal realizados.
Na próxima quarta-feira, 19 de agosto acontecerá a palestra da parteira americana Ina May Gaskin. Voltada exclusivamente aos casais e mulheres grávidas. Não é necessário se inscrever. São 100 vagas. Não há um valor obrigatório a ser pago, pois não queremos limitar a palestra a quem pode pagar. Sugerimos uma contribuição espontânea de 10 a 20 reais por pessoa, para nos ajudar a pagar as despesas de sua viagem. Quem não puder colaborar, não precisa.
Acontecerá no COLÉGIO GLOBAL, Rua Apináges, 1231, Perdizes.
Quem é Ina May Gaskin.
Na década de 60, quando nascia o movimento da contra-cultura em todo o mundo, e mais especialmente nos Estados Unidos, um bando de hippies comprou alguns velhos ônibus escolares amarelos, pintaram com flores e saíram em caravana pelo país, em busca de uma terra onde pudessem morar e plantar e conviver. E naquele clima de paz e amor (muito amor), as mulheres começaram a engravidar, e alguém tinha que pegar os bebês!
Ina May então, que era a esposa do líder do grupo, resolveu ajudar nos partos. Os bebês foram nascendo, nos ônibus e nas paradas, eles encontraram Xangrilá (no Tenessee), nomearam a terra como "The Farm", Ina May estudou, estudou e estudou, fundou uma escola de parteiras, escreveu "Spiritual Midwifery", que já vendeu quase um milhão de cópias, e o movimento se espalhou por todo o mundo.
Nesses anos todos de funcionamento da "Fazenda", Ina May compilou mais de 3 mil partos assistidos, com estatísticas tão impressionantes, que ela acabou sendo convidada para palestras no mundo inteiro sobre a assistência ao parto normal de baixo risco. Sua fala é inteligente e apaixonada, e sua sabedoria transcende qualquer coisa que possa estar escrita em qualquer livro de medicina. Dos partos assistidos, 95% foram domiciliares. A taxa de cesarianas foi de 1,4%. Os resultados são os melhores do mundo, em termos de morbidade materna e infantil. A taxa de amamentação é 100%.
No youtube é fácil encontrar algumas das entrevistas dessa parteira incrível.
FICHA COMPLETA
Palestra com Ina May Gaskin - tradução consecutiva Tema: "Parto Domiciliar: como e porquê é seguro" Data: 19/08, das 19:30h às 22h Público Alvo: gestantes e seus acompanhantes Local: Colégio Global, R. Apinagés, 1231 - Perdizes Inscrição: não é necessário se inscrever com antecedência Preço: contribuição espontânea sugerida entre R$ 10,00 e R$ 20,00 por pessoa, não obrigatória!! ! Mais informações: Ana Cris - acduarte65@terra.com.br, Tel 11- 9806-7090 /11- 3727-1735
Lis Pereira Geimer, de um mês e meio, toma banho em um balde comprado na rua 25 de Março, centro de comércio popular em SP
Participei recentemente nesta entrevista de RACHEL BOTELHO, para a Folha de S.Paulo. Aqui um breve resumo.
"Banho de balde não é nenhuma novidade -muitas mães costumam apelar a ele para fazer a higiene de crianças pequenas durante viagens e nos dias de muito calor, na ausência de piscina. Mas o uso diário do acessório, como substituto definitivo da banheira e com bebês que mal saíram da maternidade, está começando a conquistar adeptos em famílias ainda mais criativas. "
..... O neonatologista Carlos Eduardo Corrêa, que apresentou a "técnica" a Talitha Pereira, indica o balde para o banho da maternidade e para os primeiros dias de vida do bebê.
"Acho que fica mais fácil para os pais segurarem, e a criança chora menos. Faço o banho com o bebê enrolado em um pano, na água quente", diz.
O médico afirma que, por volta dos sete meses, quando a criança começa a querer ficar em pé, o balde é mais seguro do que a banheira.
Começa no 1 de agosto a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Nesta semana, o mundo inteiro comemora a amamentação. Sabemos que a amamentação traz inúmeros benefícios, muitas vezes imensuráveis! A Matrice, grupo de mão de apoio à amamentação, montou um cronograma onde haverá uma reunião por dia. Tive a sorte de ser convidado para uma das atividades na proxima segunda feira. Segue embaixo a programação completa, participe e convide alguém a participar.
1 de Agosto - Evento no parque da Aclimação das 09: horas até as 13 horas
Abertura da semana mundial na cidade de São Paulo. Contará com várias autoridades presentes.
-Caminhada de três km. -Barraca com a sociedade paulista de pediatria e com a associação brasileira de banco de leite -11:30 - Contação de historias com Kiara Terra -Encerramento com o Coral da Materna - Coral: de mães e bebês da Isadora Canto
Deste evento participam as seguinte entidades: Rotary cube Aclimação IBFAN - Brasil Associação Brasileira de banco de leite Sociedade Paulista de Pediatria
02 de Agosto - SLINGADA 14 horas Endereço: Rua Moacir Miguel da Silva, 774, Jd. Bonfiglioli, SP, (km 13,5 da rod. Raposo Tavares) Pedimos as mães que levem um prato de sua preferência para o lanche
Na slingada as mães com duvidas e dificuldades em carregar seus BBS em carregadores de pano poderão participar.
03 de Agosto (segunda-feira)– Conversando com o Cacá 20 horas Local: Casa Materna - Rua Natingui 380 - Vila Madalena
Carlos Edurado Correia é neonatologista formado pela USP. Possui uma larga experiência com aleitamento materno. Nós teremos uma conversa sobre contato, proximidade mãe e bebê e suas primeiros meses de vida!
04 de Agosto (terça-feira)– Cinematerna 14 horas Local: Sessão no Espaço Unibanco Augusta (SP)
O que é CineMaterna? CineMaterna são sessões de cinema para mães (pais e acompanhantes) com seus bebês de até 18 meses, seguidas de bate-papo em local próximo Os filmes são para entretenimento dos adultos e as salas de cinema são cuidadas para acolher os bebês com conforto: som reduzido, trocador na sala, ar condicionado menos frio, ambiente levemente iluminado. Iremos após a sessão ter uma conversa com as mães sobre: as várias posições para amamentar. As sessões acontecem semanalmente às terças no Espaço Unibanco de Cinema.
O bate-papo após a sessão acontece no Starbucks do Center 3, no piso Augusta, o mesmo da entrada das ruas Luiz Coelho e Augusta. Contato: imprensa@cinematerna.org.br
05/08 – quarta feira. O pai na amamentação Das 15 às 17 horas Local: Casa Materna - Rua Natingui 380 - Vila Madalena
Pretendemos abordar a amamentação e o contexto familiar. Seus êxitos e frustrações.
06/08 – quinta feira – reunião com grávidas no GAMA às 20 horas Local: Casa Materna - Rua Natingui 380 - Vila Madalena
O Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, há quatro anos realiza encontros gratuitos de gestantes, todas as quinta-feira, com palestras sobre vários temas (veja programação no site www.maternidadeativa.com.br ). Nas reuniões acontecem discussões sobre temas ligados ao ciclo da maternidade. A cada encontro as pessoas se apresentam e contam um pouquinho de sua história. Depois o tema da semana é introduzido e discutido. Não é necessária inscrição. Neste encontro falaremos sobre: Amamentação e a importância nos primeiros momentos de vida.
07/08 - sexta feira: reunião tradicional da Matrice de sextas feiras. das 13:30 às 15:30 Local: Casa Materna - Rua Natingui 380 - Vila Madalena
Encontro de mães para convivência e discussões sobre amamentação. Trata-se de um grupo aberto e gratuito, onde qualquer mãe pode participar e levar principalmente seus bebes; Passaremos o vídeo produzido pelo SENAC que aborda o tema emergência! Informações adicionais para o email: grupomatrice@gmail.com e pelo telefone: 11 -96223737
Primeiro Banho de balde de Alice, parto no qual tive a delicia e participar. Aqui o relato de Ricardo Toscani extraído do seu blog, Culinária Tosca.
..."Nasceu nos embalos de sábado a noite, na verdade, domingo de madrugada, quando a festa está esquentando. Partimos para a onda do parto humanizado, uma corrente muito legal, onde a prioridade é o parto normal, sem cortes, anestesias e tudo mais. O único analgésico é uma banheiras com água a 37 graus. Isto tudo seria feito em minha casa, mas algumas coisas não sairam como planejamos, Alice, assim como seu pai, tem muita sede, gosta de beber, e seu líquido amniotico estava abaixo do esperado para um parto em casa. Na quinta feira estava em uma pauta e Lucia me liga dizendo, vamos para o hospital, sexta, dia 17, aniversário do meu estimado amigo, colega e irmão Bruno. Fomos para o hospital que aceitaria nossa condição de parto humanizado, o São Camilo, mas não havia vagas no berçario, em nenhum dos três hospitais da rede, que nosso convênio pagava. A única solução para o parto humanizado era o São Luiz, apenas ele aceitaria nossa equipe de parto do GAMA, grupo de apoio a maternidade ativa. Mas o São Luiz, estava longe das nossas posses, o valor do parto é praticamente uma viagem a Europa, mas o bem de quem se ama não tem preço, pelo parto humanizado, pela saúde de minhas mulheres, diga a tesouraria do São Luiz que fico, pois como diria o sábio filósofo Tim Maia: "Quando a gente ama, não pensa em dinheiro." Lucia teve que induzir o parto, na verdade quem induziu foi a doutora Andrea. Fomos para o nosso quarto as 16 horas, hora que começou o trabalho de indução, depois de acertar tudo com a tesouraria, claro. Por volta das 19 horas chega nossa doula, Ana Cris que começa com as massagens, e cuidados para um bom parto. Então depois de 36 horas de medicamentos que antecipam contrações, Lucia foi para a banheira do delivery, lá estava eu, Dra Andrea, que me passa uma paz por ser parecida com a Jessica (uma colega minha de faculdade, a primeira a ser mãe de minha turma), Ana Cris e o pediatra Cacá, além de uma trilha sonora primorosa tocando no nosso I-pod, sucessos de Roberto Carlos, Mutantes, Jonhy Cash, Doors, Beatles, Stones, Ronnie Von, Bowie e muitos outros. Mas gatinha estava fraca e nossa Alice não pode nascer na água, fomos para então para cadeira de parto, nesse momento fiquei nas costas de Lucia, eu era um encosto, dos bons, dando todo apoio, contando piadas internas, cantando as músicas baixinho no seu ouvido, canalizando a inutilidade masculina nessa situação em uma coisa boa, positiva. Pois se você é homem se acha uma pessoa útil no mundo, espere até sua mulher ficar grávida.
Vocês não tem idéia da felicidade que tomou conta de mim quando ás 00:49 do dia 19 de julho nasceu Alice, ao som de Jefferson Airplane, My Best Friend, depois Jorge Ben com Eu Vou Torcer.
Foi tudo muito mágico, a melhor e maior sensação da minha vida. Nenhuma droga, comida, sexo, (bom isso não posso afirmar com tanta propriedade, pois a concepção de Alice, aaaaahhhh), enfim, dá o barato do nascimento de um serzinho tão especial. Com cordão e tudo foi entregue em nossos braços, ficamos com ela por longos quinze minutos de muita fama. E eu cortei o cordão no final, os médicos fazem isso para que a gente não se sinta tão inútil. Ainda há muito o que contar, mas como disse, essa é uma breve história."...
O melhor de estar num programa de tv: "Poder transmitir ( literalmente) parte do que aprendi nestes anos de carreira, para aqueles que, por vários motivos não tem como ter um acompanhamento neonatal...."
Num momento de aflição como esse, que ninguém deseja passar, não se consegue raciocinar e tudo acaba sendo conduzido pelos profissionais da área e pouco se sabe o que pode se fazer para ajudar e para melhor acompanhar ao bebê. Para ajudar a resolver isso, o Instituto Abrace lançou a Cartilha das Mães de UTI. Como profissional da área, não pude faltar ao lançamento e parabenizar o trabalho da equipe.
A Cartilha, desenvolvida através de relatos e depoimentos postados no site da instituição e, com ajuda de profissionais, como o jurista Vinicius de Abreu e o neonatologista Renato Kfouri, resume o cotidiano da UTI neonatal, orienta no caso de uma gestação de risco, da dicas e orientações sobre os cuidados do bebê, sobre como coletar o leite e alimentar o bebê na UTI, e os direitos das mães nessas circunstâncias.
Muito bem detalhada, a mesma serve pra mães atendidas tanto pelo Sistema de Saúde Pública, SUS, como em hospitais privados.
Gostei de ler no site a definição de quem somos da Abrace
"Somos parte de uma mesma história, de lutas, dores, esperanças sem fim e vitórias imensuráveis.
Somos, antes de qualquer coisa, mulheres unidas em torno de um ideal: ajudar outras mulheres e seus filhos dentro das UTI’s.
Aprendemos a lidar com preconceitos, a aceitar perdas, a perceber que quando o mundo desiste, isso não significa que a batalha se perdeu, apenas que é mais um dia difícil.
Somos como tecelãs de histórias que sempre começam da mesma maneira: dentro do nosso ventre."
Cartilha está disponivel gratuitamente no site do Instituto, pode clicar aqui.
Regulamentadas em 1999 pelo Ministério da Saúde, as Casas de Parto, ou Centros de Parto Normal, são "unidades de saúde que prestam atendimento humanizado e de qualidade exclusivamente ao parto normal sem distócias". Ou seja, são lugares onde, pelo SUS, a mulher com gravidez de baixo risco tem suas vontades respeitadas ao parir.
Quem já se sentiu violentada por um parto normal cheio de intervenções ou por um corte de cesariana desnecessárea entende o que quero dizer com vontades respeitadas. É ser compreendida e amparada como indivíduo - que não funciona como ditam os livros -, é poder encontrar a posição ideal para suportar uma contração, comer ou beber se desejar, ter a companhia que escolher, ouvir música, não ouvir conversas paralelas, não usar roupas, ou se agasalhar como quiser. É ser protagonista do grande evento fisiológico para qual seu corpo se preparou por meses. É fazer seu parto, em vez de esperar que alguém o faça, e mesmo assim ter assistência.
Na maioria das Casas de Parto a assistência é dada por enfermeiras obstetrizes, também chamadas de parteiras profissionais. Elas estão preparadas para lidar com emergências, o que inclui encaminhar para um médico em tempo hábil quando necessário. E - mais importante que na exceção - na regra, estão prontas para ouvir, acalmar, sustentar. "Pra parir a gente precisa de segurança, tranquilidade e carinho e isso tive de uma obstetriz", me disse Mariana Lettis, amiga querida que pariu o Esteban na Casa de Parto de Sapopemba depois de 17 horas de trabalho de parto. Dificilmente um médico tradicional esperaria tanto tempo para um nascimento. O mais provável é que, com desculpa de falta de dilatação, bebê alto, bacia pequena ou cordão enrolado no pescoço saberíamos de outra desnecesárea.
Mas apesar de fantásticas, as Casas de Parto são bastante perseguidas por aqueles que consideram o parto um ato médico. Essa semana, a única Casa do Rio de Janeiro foi arbitrariamente fechada e só reaberta depois de protestos. Telefonei para a Casa de Parto de Sapopemba, a única com atividade constante em São Paulo, e a obstetriz me informou tristemente que foi proibida de dar entrevistas. Proibida? Sim! Proibida de dar entrevistas, de relizar encontros com grupos de gestantes ou promover qualquer atividade que divulgue o trabalho realizado na Casa.
Reproduzo aqui a provocação da parteira profissional Ana Cristina Duarte, por quem tive a sorte de ser assistida no parto: "A verdade seja dita, se as mulheres saudáveis começarem a ter seus bebês com enfermeiras obstetrizes, em clínicas simples e casas de parto, a exemplo do que acontece na maioria dos países de primeiro mundo, o que será dessa gigantesca indústria das cesarianas, dos hospitais cinco estrelas, dos cirurgiões e seus consultórios? Como sustentar esse setor lucrativo da economia?"
A impressão que o nascimento causa às mães e aos bebês pode variar bastante conforme as condições em que o parto aconteceu.
O nascimento é um ritual de passagem sagrado. Ao mesmo tempo, garantiu que continuássemos existindo como sociedade e se manteve como uma das vivências humanas mais primitivas e animais.
Como pediatra, tenho a oportunidade rara de acompanhar o nascimento e o início do crescimento e desenvolvimento de muitas crianças. Fico pensando que elas chegam ao mundo com características das suas famílias. Mas também com uma infinidade de possibilidades e diferenças que, quando bem exploradas, poderão possibilitar o surgimento de um novo ser com uma forma particular de ver a vida.
E de viver de modo diferente o dia-a-dia, o que tanto já contribuiu para que a sociedade mudasse e se desenvolvesse. Nós nos unimos pelas nossas semelhanças, e as nossas diferenças compartilhadas formam o universo que torna tão rico viver em grupo. Meu trabalho como pediatra se baseia nesse princípio.
Começamos a nossa trajetória completamente diferentes – e a maior lição de humanidade que vamos ter talvez seja esta: nos entregarmos aos cuidados das nossas mães. Mães que tiveram em algum momento a generosidade de nos permitir habitar seus corpos, tomar seu leite, tirar seu sono e tantas outras coisas. Pode acontecer que os bebês sejam responsabilidade do grupo, mas são as mães que vão levar a vida diária com seus filhos. Devemos valorizar o conhecimento interior – chamado animal, intuitivo ou seja lá o que for – para entender como as mães vêem e percebem as necessidades do seu bebê, por mais diversas e sofisticadas que sejam. O que significa também valorizar a mulher nas suas diferenças, que poderão ser reconhecidas nos seus filhos sem que eles se sintam estranhos por pensarem ou sentirem coisas diferentes. Estou falando do indivíduo sério no seu jeito de ser e coletivo na forma de viver seus sentimentos.
Não há monotonia nesta humanidade que se identifique nos sentimentos grupais e se respeita na forma individual de expressá-los. Atingir a maturidade é pura arte. É criar, concluir uma obra, transformar. Conviver com as dúvidas, os medos sagrados, procurar a libertação, o distanciamento crítico e tantas outras questões.
Quando vejo um bebê, me pergunto o que ele estará vendo, sentindo, cheirando, percebendo, saboreando?
Sempre imagino como um ser extremamente sensorial, perspicaz, capaz de encantar ou se apavorar com um pequeno detalhe.
Um bebê é tão forte no grito quanto delicado nas emoções. Cheio de inúmeras possibilidades. Queria tanto poder garantir a possibilidade de ele ser livre e escolher amorosamente como vai viver, respeitando a si mesmo e respeitando os outros, amando a si mesmo e amando os outros. (O respeito por si próprio se revela e se completa no respeito pelos outros; o amor pode ser dirigido a alguém ou a si mesmo.)
Acho que o mundo se transforma a partir de casos simples.
Facilitar a aproximação incondicional das mães com seus bebês é resgatar o vínculo mais importante e prematuro da humanidade.
Não permitir nem considerar natural o afastamento entre mãe e o bebê é lutar por uma ordem social que respeita as nossas necessidades de seres humanos.
Reconheço nos pais um conhecimento oculto a respeito de seus filhos, que pode se expressar desta forma: garantindo que o nosso mundo possa ser vivido e aceito como correto quando se baseia em um sentimento de amor construtivo. É exatamente esse o mundo que eu busco.