terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mil dias que valem uma vida


Foto: Adriana mãe do Giorgio (3 anos) e Vincenzo (8 meses).

Introdução de outros alimentos durante a amamentação (antes dos 6 meses) altera o paladar e aumenta o risco de obesidade.
Ricardo Zorzetto

Os pais têm uma oportunidade rara de influenciar o desenvolvimento dos filhos e de ajudá-los a se tornarem adultos mais saudáveis. Mas é preciso estar atento e agir rápido. Essa chance surge cedo e dura pouco. Começa na concepção e segue por apenas mil dias – os 270 da gestação mais os 730 dos dois primeiros anos de vida. Em princípio, a possibilidade de fazer uma criança que nasce com boa saúde crescer desse modo e assim permanecer por décadas exige a adoção de medidas aparentemente simples: oferecer proteção e aconchego ao bebê e alimentá-lo adequadamente. A alimentação apropriada inclui uma dieta equilibrada da mãe na gravidez, o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida e, a partir daí, a amamentação acompanhada de água, sucos, chás, papinhas e alimentos sólidos ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS).


A receita não é nova, mas pode evitar problemas graves de saúde mais tarde. Experimentos com roedores indicam que a substituição do leite materno por outros alimentos – outros tipos de leite, inclusive – nessa fase do desenvolvimento altera o paladar e instala no organismo um desequilíbrio hormonal que pode durar a vida toda e favorecer o ganho de peso. Já a nutrição correta reduz o risco de desenvolver na idade adulta obesidade e doenças cardiovasculares, atestam estudos populacionais conduzidos em cinco países em desenvolvimento (Brasil, África do Sul, Guatemala, Filipinas e Índia). Ainda segundo esses trabalhos, o aleitamento exclusivo favorece o desempenho intelectual.


Por algumas décadas equipes desses países, entre elas a do epidemiologista brasileiro César Victora, avaliaram regularmente o crescimento de 10.912 crianças. Aquelas que começaram a receber outros alimentos antes dos 6 meses de idade – o que ocorreu antes do terceiro mês com 69% dos bebês da amostra brasileira – acumularam mais gordura corporal ao longo da vida. E quanto mais cedo consumiam papinhas, sucos e outros tipos de leite mais gordura concentravam, o que eleva o risco de problemas no coração e de acidente vascular cerebral, responsáveis por 30% das mortes no mundo, relataram os pesquisadores em setembro no International Journal of Epidemiology. “O que mais influenciou o acúmulo de gordura não foi a duração do aleitamento, mas a precocidade da introdução de outros alimentos na dieta da criança”, afirma Victora, professor da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.


Há quase 30 anos Victora, Fernando Barros e uma equipe de epidemiologistas acompanham periodicamente a saúde de todas as crianças nascidas em 1982, 1993 e 2004 em Pelotas, município de 330 mil habitantes no extremo sul do país. Esse seguimento de longo prazo, conhecido como coorte, levou Victora e colaboradores de outros países a rever anos atrás o padrão adequado de desenvolvimento até os 5 anos de idade e a propor uma nova curva de crescimento, reconhecida pela OMS em 2006 e adotada por pediatras de mais de 100 países.


As coortes feitas em Pelotas e em outras regiões do mundo mostraram que as crianças que só recebiam leite materno até o sexto mês de vida cresciam em ritmo diferente das que tomavam mamadeira. Bebês que só mamaram ao peito ganharam peso e ficaram mais altos mais rapidamente nos quatro primeiros meses de vida. Depois se desenvolveram mais devagar. “São crianças saudáveis, mas mais magras”, afirma Victora. Já as que receberam leite em pó e outras formulações que tentam imitar o leite humano engordaram mais rapidamente a partir do segundo semestre após o nascimento.


Uma possível explicação para o crescimento acelerado tardio é o consumo de mais calorias que o recomendado. Marina Rea, do Instituto de Saúde (IS) de São Paulo, e Ana Maria Corrêa, da Universidade Estadual de Campinas, verificaram anos atrás que as crianças que recebiam mamadeiras e outros alimentos nos primeiros meses de vida consumiam até 50% mais calorias que o ideal (ver Pesquisa FAPESP nº 123).


“Nunca é demais repetir: o leite materno é o único alimento de que a criança precisa nos primeiros seis meses”, diz Victora. Mais rico em açúcares e gorduras do que o leite de vaca, o leite humano contém ainda níveis adequados de proteínas e outros nutrientes para o bebê, além de mais de uma centena de compostos imunologicamente ativos.


Mesmo assim, não é fácil seguir a indicação da OMS. A participação maior das mulheres no mercado de trabalho, aliada à desinformação sobre como e por quanto tempo amamentar, contribui para que a dieta das crianças mude antes da hora. “Além disso”, conta Victora, “muitos médicos não respeitam a orientação da OMS e introduzem cedo na dieta alimentos desnecessários nessa fase da vida”.


O resultado é que a proporção de mulheres que amamentam exclusivamente ao peito por seis meses no Brasil é baixa, comparada à de outros países. Mas mais alta que a de 10 anos atrás. Hoje 51% das mães alimentam os filhos exclusivamente ao peito nos quatro primeiros meses de vida – eram 36% em 1999 – e 41% amamentam até o sexto mês, segundo levantamento do Ministério da Saúde coordenado pela pediatra Sonia Venancio, do IS. Ainda aquém do desejável, esse índice melhorou muito. Em 1974 metade das crianças recebia só leite materno por 2,5 meses. Esse tempo passou para 14 meses em 2006.


Sonia avaliou dados de 2008 de 34,4 mil crianças de todas as capitais e do Distrito Federal e notou que, apesar da melhora recente, a evolução é lenta. No primeiro mês após o parto 18% dos bebês já tomavam outros líquidos e aos dois meses metade não mamava só ao peito. “Há muito a fazer”, comenta Sonia, que publicou os dados em meados do ano no Jornal de Pediatria.


Os benefícios da alimentação adequada no início da vida não são apenas físicos. Em outro estudo, publicado em fevereiro no Journal of Nutrition, Victora e colaboradores analisaram o desempenho escolar de 7.945 crianças da Índia, da Guatemala, das Filipinas, do Brasil e da África do Sul. As que apresentaram crescimento saudável na gestação, indicador de dieta materna adequada, e nasceram com peso superior ao da média tiveram mais chance de sucesso. Cada 500 gramas a mais de peso ao nascer representaram 2,5 meses a mais de escolaridade na vida adulta e risco 8% menor de repetir uma série. Mesmo as crianças que no parto tinham menos de 2,5 quilos, peso inferior ao desejável, conseguiram bom desenvolvimento intelectual quando, com dieta adequada, alcançaram o ritmo normal de crescimento e recuperaram o peso ideal para a idade até o segundo ano de vida. Nesse período, elas ganharam em média 9 quilos, e cada 700 gramas que cresceram além da média significaram cinco meses a mais de escolaridade.


“Nos dois primeiros anos a criança ainda tem oportunidade de crescer acima da média e se tornar um adulto saudável se, além da amamentação adequada, receber imunização e boa assistência à saúde”, diz o epidemiologista. Nessa fase crucial do desenvolvimento, que Victora chama de “mil dias de oportunidade”, os órgãos ainda se encontram em formação: os ossos estão se alongando, os músculos se fortalecendo e o cérebro ganhando volume (atinge 70% do tamanho final no segundo ano). “A partir do terceiro ano, o crescimento acelerado acarreta o acúmulo de gordura”, explica.


As mudanças que os epidemiologistas observam usando balanças e fitas métricas começam a ganhar uma explicação fisiológica. Experimentos com roedores vêm ajudando a descortinar os mecanismos bioquímicos pelos quais a introdução de outros alimentos no período de amamentação exclusiva leva ao acúmulo de gordura.


Um deles é a mudança no paladar. Em pesquisa orientada por Raul Manhães de Castro e Sandra Lopes de Souza, da Universidade Federal de Pernambuco, a nutricionista Lisiane dos Santos Oliveira interrompeu a amamentação de um grupo de ratos separando-os da mãe no 15o dia após o nascimento, o equivalente a três meses de vida de um bebê humano, e os deixou comer ração à vontade. Periodicamente, os animais foram pesados e o consumo alimentar foi medido, mas não houve diferença de peso nem de ingestão entre os desmamados cedo e os que receberam leite até o 30o dia de vida.


O contraste só apareceu em um teste de preferência alimentar. Assim que os animais atingiram a idade adulta, os pesquisadores deixaram, simultaneamente, duas dietas distintas à disposição dos ratos por alguns dias: a ração padrão do biotério e outra mais palatável (à base de chocolate e avelã), mais calórica e rica em gorduras. Os dois grupos preferiram a dieta mais saborosa à ração comum. Mas os ratos que pararam de mamar antes comeram bem mais, relatam os pesquisadores em artigo a ser publicado na Behavioural Processes. “Embora não houvesse mudança no peso nem no padrão diário de alimentação dos animais, a preferência por uma dieta mais calórica se manifestou assim que esse tipo de alimento se tornou disponível”, comenta Lisiane. “No longo prazo a preferência por alimentos com alta densidade calórica pode levar a distúrbios metabólicos”, diz a nutricionista.


Outro teste feito pelo grupo de Pernambuco mostrou que os ratos desmamados aos 15 dias, quando adultos, demoravam o dobro do tempo para se saciar. Após breve jejum, eles comiam continuamente por 42 minutos, enquanto os animais que receberam leite materno até o 30o dia davam-se por satisfeitos em 23 minutos. Segundo o trabalho, que será veiculado pela mesma revista, os roedores desmamados cedo apresentaram ainda alterações no padrão diário (circadiano) de consumo de alimentos: comiam mais em momentos do dia ou da noite diferentes daqueles em que os ratos amamentados por mais tempo se nutriam, embora o total fosse semelhante.


Por trás das alterações de com¬portamento há mudanças hormonais e metabólicas. Em trabalhos apresentados nos últimos anos no Journal of Endocrinology e no Journal of Physiology, a equipe do endocrinologista Egberto Gaspar de Moura, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mostrou que o desmame precoce al¬tera a composição corporal e reduz a sensibilidade ao hormônio leptina, que induz à saciedade e à puberdade.


Adotando um modelo experimental diferente do anterior, o grupo do Rio provocou o desmame antecipado aplicando na rata um composto que impede a produção de prolactina, hormônio que induz a secreção do leite, em vez de tirar os filhotes de perto da mãe. Os animais que desmamaram mais cedo chegaram à idade adulta com peso 10% maior, 40% mais gordura total e até 300% mais gordura visceral (que se forma no interior dos órgãos e é mais nociva). Confirmando o efeito deletério da obesidade visceral, os roedores desmamados antes do tempo tinham níveis sanguíneos mais altos de glicose, colesterol e triglicerídeos e taxas menores de HDL, proteína que retira o colesterol do sangue e evita a formação de placas de gordura nos vasos. Reunidas, essas alterações configuram o que os médicos chamam de síndrome metabólica, condição que potencializa o risco de desenvolver diabetes e problemas cardiovasculares.


Os animais que mamaram menos, quando adultos, também apresentavam níveis sanguíneos de leptina três vezes superior ao normal, observou a equipe do Rio. Apesar da quantidade brutal desse hormônio, que é produzido pelas células de gordura e indica ao corpo a hora de parar de comer, a leptina não produzia efeito nesses animais. Após jejum de 12 horas, os pesquisadores deram leptina a dois grupos de ratos: um amamentado pelo tempo habitual e outro cujo aleitamento fora interrompido. Os roedores do primeiro grupo, como esperado, comeram menos, mas os do segundo seguiram se alimentando – sinal de que não respondiam ao hormônio.


Moura observou ainda outro desequilíbrio hormonal: os ratos desmamados precocemente desenvolveram hipotireoidismo. Eles apresentavam níveis sanguíneos 50% mais baixos do hormônio tireotropina, que ativa a glândula tireoide, produtora de hormônios que estimulam o consumo de energia. Segundo o endocrinologista, o hipotireoidismo pode ser consequência da resistência à leptina. Como a leptina age numa região do cérebro chamada hipotálamo, que comanda a produção de outros hormônios (entre eles a tireotropina), a insensibilidade à leptina pode afetar o funcionamento da tireoide. “Aparentemente essa alteração hormonal e metabólica é um fenômeno de programação epigenética [alteração no funcionamento dos genes]”, diz Moura. Mas ainda é preciso comprovar.


Enquanto não se descobre o que dispara essas alterações e como as controlar de modo eficiente, o melhor é prevenir o problema por meio do aleitamento exclusivo por ao menos seis meses. Em Recife, a equipe da pediatra Sonia Coutinho mostrou que é possível estimular as mães a amamentarem por mais tempo adotando ações baratas, como o treinamento de profissionais da saúde, em especial os agentes comunitários do Programa de Saúde da Família, para orientá-las.


Na Universidade de São Paulo, uma equipe do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) tem uma proposta mais ousada, que não previne as alterações metabólicas associadas ao desmame precoce, mas pode amenizar os problemas de saúde por elas provocados. A sugestão é melhorar a dieta do brasileiro incentivando o consumo de frutas, verduras e legumes, que atualmente é inferior a um quarto do recomendado. Uma das razões do baixo consumo é o preço elevado. Rafael Claro, do Nupens, calculou quanto custaria para as pessoas consumir a quantidade indicada desses alimentos, que deveria corresponder a 12% do total de calorias ingeridas. Como resultado, a dieta ficaria 30% mais cara.


Mas, com redução no preço, mesmo os mais pobres poriam mais vegetais no prato. Em 2007, durante alguns meses, a equipe do Nupens montou no Grajaú, um dos bairros mais pobres da cidade de São Paulo, um ponto que vendia frutas e hortaliças por um preço subsidiado. Como se imaginava, o consumo desses produtos aumentou. “O custo desses alimentos é uma barreira importante ao consumo”, afirma Claro. Como saída, ele propõe que o Estado reduza os impostos sobre esses alimentos e sobretaxe os ultraprocessados, que contêm conservantes, corantes e estabilizantes, além de mais açúcar, gordura e sal. “O dinheiro que o Estado deixaria de recolher”, diz, “seria economizado com a redução em tratamentos de saúde”.


Puberdade antecipada


Ação do hormônio leptina em região do hipotálamo desencadeia o amadurecimento sexual
A neurocientista brasileira Carol Elias deu um passo para desvendar um fenômeno que alarma os médicos norte-americanos: a antecipação da puberdade feminina. Carol e equipe identificaram a região cerebral em que o hormônio leptina age e desperta o amadurecimento sexual. É o núcleo pré-mamilar ventral.


Anos atrás surgiram pistas de que a leptina, secretada por células de gordura e conhecida por reduzir a fome, induzia o desenvolvimento dos órgãos sexuais e a fertilidade. Sem leptina, camundongos e seres humanos não passavam pelas transformações fisiológicas que preparam o corpo para procriar.


Quando esteve na Universidade Harvard, Carol, hoje pesquisadora da Universidade do Texas, ajudou a identificar as regiões cerebrais que produzem receptores de leptina, proteínas às quais o hormônio se liga e estimula o funcionamento dos neurônios. Entre as regiões do hipotálamo que expressam esses receptores, chamou a atenção o núcleo pré-mamilar ventral (NPV), grupo de células que se conecta a uma área cerebral que produz hormônios sexuais.


Mas comprovar que a ação da leptina no NPV induzia a puberdade demorou. Convidada a integrar a equipe de Joel Elmquist no Texas, Carol e os pesquisadores José Donato Júnior, Roberta Cravo e Renata Frazão desenvolveram camundongos geneticamente alterados para, em certas condições, produzir receptor de leptina só nesse núcleo. Segundo artigo publicado em dezembro no Journal of Clinical Investigation, fêmeas inférteis entraram na puberdade com o estímulo da produção desse receptor no NPV.


Há uma explicação: os neurônios desse núcleo acionam células secretoras do hormônio liberador de gonadotrofinas que, por sua vez, ativa a liberação de hormônios sexuais. Esse efeito ajuda a entender por que há mais meninas com 7 e 8 anos de idade na puberdade nos Estados Unidos. “É possível que as taxas mais elevadas de leptina nas crianças obesas estejam estimulando regiões cerebrais que normalmente só seriam ativadas mais tarde”, diz Carol.



Pesquisa FAPESP
Fonte: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4318&bd=1&pg=1&lg=

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bebê que come papinha dada com colher fica obeso


Mamães, seu bebê é mais esperto do que você pensa quando se trata de aprender a comer comidas sólidas. Aliás, ele é até mais esperto do que você mesma na hora de ser desamamentado.

O bebê que escolhe sua própria comida com as mãos tem menos chance de virar uma criança obesa do que aquele que ficou recebendo papinha de colher da mãe, revela uma pesquisa britânica.

Bebê que se alimentou sozinho comeu mais carboidratos e alimentos saudáveis que bebê que recebeu comida de colher

O estudo foi publicado na revista científica "BMJ Open" por Ellen Townsend e Nicola Pitchford, da Universidade de Nottingham, Reino Unido. A "BMJ Open" é uma revista de acesso público do grupo que edita a prestigiosa "BMJ" ("British Medical Journal").

Foram estudadas 155 crianças entre vinte meses e seis anos e meio de idade; seus pais responderam a um questionário sobre os hábitos de alimentação dos petizes. Desse grupo, 92 eram bebês cujos pais deixavam a seu critério a alimentação.

O bebê tinha uma escolha de alimentos na sua frente e pegava o que queria comer. Isso costuma acontecer aos seis meses de idade. A princípio, o bebê apenas lambe a comida, antes de decidir por mastigá-la.

Os outros 63 bebês não tinham escolha. Era a mãe que enfiava a comida pastosa, as papinhas de vários tipos de alimento, nas suas bocas, com colher, o método do "olha o aviãozinho".
Editoria de Arte/Folhapress

PREFERÊNCIAS

Os bebês que se alimentavam sozinhos, revelou o estudo, comiam mais carboidratos e alimentos saudáveis que os seus colegas que recebiam comida de colher.

Eles também gostavam mais de proteínas e de alimentos integrais do que as crianças que comiam papinha amassada.

Já a turma da colher curtia mais alimentos doces --apesar de as mães oferecerem a eles mais opções de alimentos como carboidratos, frutas, vegetais e proteínas do que a turma que pegava a comida sozinha.

Não deu outra: a turma da colher teve maior índice de crianças obesas do que a que pegava a comida com as próprias mãos.

"Apresentar os carboidratos às crianças em seu formato completo de alimento, como torradas, em vez de em forma de purê, pode ampliar a percepção de características tais como a textura, que é mascarada quando o alimento está na forma de papinha", escreveram os autores.

Segundo eles, pesquisas anteriores já mostraram que a apresentação da comida influencia significativamente as preferências alimentares.

Eles também afirmam que os carboidratos podem ter tido destaque na preferência dos bebês por serem mais fáceis de mastigar do que alimentos como a carne.

"Nossos resultados sugerem que o desmame liderado pelo bebê promove preferências por comida saudável no começo da infância que podem proteger contra a obesidade. Essa descoberta é importante dados os problemas sérios com obesidade infantil que afetam muitas sociedades modernas", escreveram os pesquisadores.

MÃE NERVOSA

A "ansiedade" da mãe em ter um filho em boas condições de saúde pode levar a exageros na alimentação do bebê, segundo Ary Lopes Cardoso, chefe da Unidade de Nutrologia do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP.

"A mãe quer ver o filho gordinho. As crianças ficam obesas pela proteção excessiva."

A orientação que ele e outros profissionais de saúde dão às mães é semelhante à que o novo estudo sugere: a criança tem que mostrar a vontade de comer e ser alimentada adequadamente, sem exageros motivados pela ansiedade.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1045103-bebe-que-come-papinha-dada-com-colher-fica-mais-gordo.shtml

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mais Carnaval!!!

Educação, Cultura e Arte Negra é uma entidade feminina, sem fins lucrativos, surgiu ao longo de vinte anos de pesquisa-ação desenvolvidas com variados grupos sociais tendo como base, as culturas de matriz africana e afro-brasileira.

O objetivo da entidade é preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, mantendo diálogo cultural constante com o continente africano através dos instrumentos, dos cânticos, dos toques e da corporeidade, além de abrir novos espaços, de maneira lúdica e responsável, visando o fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade.

Apresentações:

Dia 17/02 – Saída oficial do Bloco Afro “ILÚ OBÁ DE MIN”, às 21h, Viaduto Major Quedinho, s/nº – Bela Vista - SP

Dia 18/02 - Cortejo da Matinê do Bloco Afro ILú Obá De MIn na Barra Funda - saída do bloco às 17h da sede, na Alameda Eduardo Prado, 342 - Campos Elíseos (esquina com a Rua Guaianazes).

Dia 19/02 - Apresentação no Parque da Água Branca, às 10h - Av. Francisco Matarazzo.

Dia 19/02 - Apresentação no Parque da Juventude, ao lado da estação do metrô Carandiru, às 16h.

Dia 25/02 - Apresentação no Carnaval da Rua do Samba - Vale do Anhangabaú às 15h.

Infância intoxicada

Por Dioclécio Campos Júnior
Médico, pesquisador associado da UnB, secretário de Estado da Criança do DF, foi presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.


Contra fatos não há argumentos. Falam por si mesmos. Não há como desmontá-los. Muito menos ignorá-los, como se inexistissem. As versões que despertam podem divergir, porém não os extinguem. A realidade que lhes é inerente independe de elucubrações emocionais. Tem cunho existencial próprio. A verdade irrefutável que representam está na arquitetura do conteúdo, não na fugacidade da aparência. As versões esgotam-se. Os fatos podem ser devastadores, se não reconhecidos na essência.

Assim caminha a sociedade humana. Convive com excrescências. Faz de tudo para ocultá-las. Implode o patrimônio ético que, convertido em pó, asfixia direitos e restringe a respiração moral. Como tudo na vida tem preço, não só monetário, as novas gerações pagam caro pelas mudanças de hábito a que o progresso material do mundo moderno as tem induzido. A moeda de troca é devastadora. A efígie que lhe confere marca tem a cara de uma nova morbidade, cujos sinais e sintomas são fatos concretos.

A doença em curso ainda não possui nomenclatura própria. Mas o reconhecimento da síndrome que permite diagnosticá-la dispensa recursos tecnológicos. Os danosos componentes socioambientais que a constituem afligem cidadãos que vivem na sociedade capitalista de hoje. A tríade sintomática é assustadora, assume dimensão quase epidêmica. De fato, violência de toda natureza degrada a vida mundo afora; dependência química contamina parcelas crescentes da população; obesidade avança irrefreável. A gravidade dos efeitos que tais distúrbios produzem sobre as pessoas é evidente. Nem carece de comprovação.

Outra verdade consagrada volta à tona. Não se erradica morbidade por meio de tratamento puramente sintomático. Identificada a causa, somente ações preventivas são capazes de enfrentá-la com eficácia. Tudo o mais recai na categoria de medidas protelatórias de elevado custo e baixo alcance curativo. Combater violências, esvaziar cracolândias, facilitar acesso à cirurgia bariátrica são práticas imediatistas que ajudam, mas não resolvem.

A causa maior da morbidade que assola a espécie no novo milênio já foi descoberta. Pela natureza dos transtornos psicossomáticos que desencadeia, a enfermidade é vista como uma forma de intoxicação iniciada na infância. Trata-se de fenômeno definido como estresse tóxico, desde os anos 1970. Consiste em transtornos provocados na estrutura cerebral em construção, alterando o crescimento e a diferenciação do projeto original do novo ser humano oriundo do processo de fecundação. Decorre do esvaziamento da convivência familiar, precariedade social que expõe a frágil criatura ao desamparo afetivo, às carências em que é obrigada a sobreviver, às agressões diversas que a subestimam. É o cenário estressante que intoxica a infância dos novos tempos. Os danos derivados desse hedonismo egocêntrico da atualidade são flagrantes.

Estudos científicos demonstram que a gênese dos desajustes comportamentais de adolescentes e adultos concentra-se nos primeiros anos de vida. O impacto do estresse crônico sobre a tenra infância resulta na produção endógena aumentada de substâncias que causam desestruturação desconcertante do cérebro. Uma delas é o hormônio chamado cortisol. Não só desfaz conexões existentes entre as células cerebrais, como inibe o estabelecimento de outras.

As repercussões do estrago são previsíveis. Prejudicam a conduta, os hábitos alimentares, a educação, a economia e a saúde ao longo de décadas da vida, adoecendo gerações inteiras. As doenças infecciosas perdem terreno para a nova morbidade. O desafio das iniciativas requeridas para conter a intoxicação da infância é imenso. As autoridades que não o percebem devem ser substituídas, sob pena de aprofundarem a catástrofe que se avizinha.

A formação dos profissionais de saúde, particularmente a do pediatra, precisa ser estendida na duração e reformulada no conteúdo. E como infelizmente o lar já não existe, a criança deve passar a maior parte do tempo fora de casa. Não em qualquer lugar, mas em espaço seguro, livre do estresse, apropriado ao teor lúdico que merece, rico na estimulação cognitiva a que tem direito, povoado por entes afetivos que a entendam, provedor da nutrição que lhe assegure crescimento saudável. Eis o investimento preventivo que os governos prometem e não fazem. Que a sociedade começa a entender, sem ensejar. Conforme disse Frederick Douglass, no século 19, “é muito mais fácil construir crianças fortes que reparar homens quebrados”. É o afeto agora ou a droga logo mais.

Fonte:
http://giovanimiguez.com/
Publicação: 08/02/2012 – Correio Braziliense

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Programação de carnaval nas unidades SESC

DIA 17 – SEXTA-FEIRA

Banda Redonda
SESC Santo Amaro
Sexta, às 18h

Nascida como Banda Bandalha, a Banda Redonda foi criada pelo Dramaturgo e Ator Plínio Marcos, em 1972, em resposta à provocação dos cariocas, que costumavam dizer que São Paulo era o túmulo do samba e seus Blocos, de concreto armado. A Banda Redonda costuma desfilar apresentando um repertório de sambas enredos, sambas tradicionais e marchas carnavalescas com direito a passistas, mestre sala e porta bandeira. Convivência. Grátis.

DIA 18 – SÁBADO

Show Cordão Carnavalesco Ziriguidum
SESC Consolação
Sábado, às 14h.

Desde de 2000, a proposta do Ziriguidum idealizado por Osvaldinho da Cuíca , é brincar o carnaval retomando a tradição dos cordões e suas marchinhas carnavalescas.Área de Convivência.

Show Velha Guarda Musical X9 de Santos

SESC Consolação
Sábado, às 16h.

A Velha Guarda da Escola de Samba X9 Pioneira, de Santos, fará um show que inclui no repertório, músicas próprias e sambas conhecidos do carnaval.O Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba X9 foi fundado em Santos, na Baixada Santista, em 1944. Foi uma das primeiras escolas de samba do estado de São Paulo, e a primeira agremiação do interior do estado a disputar e vencer concursos carnavalescos na cidade de São Paulo. Posteriormente, um grupo da capital criou uma extensão dessa escola, chamada inicialmente de “filhotes da X9”, hoje conhecida como Escola de Samba X9 Paulistana, que desfila no carnaval da cidade de São Paulo.Área de Convivência.

Arrastão Musical

SESC Santo Amaro
Dia(s) 18/02, 20/02
Sábado, às 14h. Segunda, às 17h.

Espetáculo musical de rua com sete percussionistas e três instrumentos de sopro, inspirado nos desfiles dos blocos e cortejos populares. Presentes em boa parte do país, esses desfiles arrastam as pessoas pelas ruas, por meio de sua música e de seu clima festivo. O repertório é feito de composições sobre ritmos diversos: salsa, afoxé, funk, baião, samba e maracatu. Os arranjos agregam a visão contemporânea do Batuntã à sonoridade característica das fanfarras, bandas marciais e blocos tradicionais da nossa cultura. Com o Núcleo Batuntã. Convivência. Grátis.

Dona Inah

SESC Vila Mariana
Dia(s) 18/02, 20/02
Sábado e segunda, às 14h30.

Em repertório especial de carnaval, a sambista toca apenas marchinhas. O show terá participação especial de Roberto Seresteiro. Com Dona Inah (voz), violão, trombone, trompete, cavaco e bandolim, percussão e percussão. Praça de Eventos. .

Furunfunfum no Carnaval com o Sopro Brasileiro

SESC Osasco
Dia(s) 18/02
Sábado, às 14h30 e 16h30

Animação e diversão em um "Baile" de Carnaval para crianças de todas as idades, conduzido por músicos - atores que apresentam músicas carnavalescas de diferentes épocas, interpretadas ao vivo. Colombina, Pierrot, Arlequim e outros clássicos personagens carnavalescos contam a história dos Carnavais brasileiros, convidando o público a cantar, dançar e conhecer (ou recordar) o significado de "brincar" o Carnaval. Com Furunfunfum e o Grupo Sopro Brasileiro. Bloco de Convivência.

Folias Brasileiras

SESC Santo André
Dia(s) 18/02
Sábado, às 16h.

Neste espetáculo são apresentados vários ritmos e manifestações de vários estados do país para ilustrar a festa, o espetáculo teatral e o folguedo que envolve arte e folclore do ciclo carnavalesco brasileiro. Com Bonecos Gigantes (Maria Manteiga, Maricota, Capitão do Mato, Zé Paulino e Maria Angu), cabeções, pigmeus, Burrinhas, cavalinho, La Ursa Zabelê, Caipora, Jaraguá, cobra-grande, Mulher do Meio-Dia, Homem da Meia-Noite, papangus máscaras, preacas para caboclinhos, sombrinhas de frevo, o grupo convida o público a participar da grande festa com muita diversão e alegria. Formação: Inimar dos Reis (voz e dança), Leo Doktorczyk (violão, cavaquinho e voz), Cesar Azevedo (percussão e efeitos sonoros), Pixú Flores (percussão e efeitos sonoros), Walter Pinheiro (saxofone), Fabio Atorino (baixo), Fofão do Frevo (brincante e passista), Edson Jacaré (dançarino e brincante). No Espaço de Eventos.

Roberto Seresteiro e Tuco Pellegrino

SESC Santo Amaro
Dia(s) 18/02, 21/02
Sábado e Terça, às 17h.

Roberto Seresteiro e Tuco Pellegrino acompanhados por uma formação regional muito usada em desfiles, blocos e grupos de samba, apresentam um repertório de clássicos de carnaval em dois momentos. Primeiro são apresentados os antigos e marcantes sambas de avenida, no segundo momento as marchinhas que fizeram história de tantos bailes de carnaval.

DIA 19 – DOMINGO

Bloco da Cobra

SESC Santo Amaro
Dia(s) 19/02, 21/02
Domingo e Terça, às 14h.

Boneco gigante feito de tecidos e bambolê, em que as pessoas podem entrar e sair, sendo 20 pessoas por vez. O Bloco da Cobra intinerante é embalado por músicas carnavalescas. Com o Núcleo Brasílica. Convivência. Grátis.

Sambaqui

SESC Santo Amaro
Dia(s) 19/02
Domingo, às 17h.

O Sambaqui é uma grande brincadeira intinerante que, pelo toque grave e surdo do grande bumbo, pela beleza simples de suas melodias convida e acaba por envolver a todos os presentes, seja qual for a idade. Grupo de formação diversificada, que tem como principais atividades a pesquisa e a vivência de manifestações da cultura tradicional afro-brasileira da região sudeste, tais como Samba de Bumbo, Jongo e Batuque de Umbigada. Com o grupo Sambaqui de Samba de Bumbo. Convivência. Grátis.

Os Truta e Nóis Trupica Mas Num Cai

SESC Santo André
Dia(s) 19/02
Domingo, às 16h.

A Banda do Bloco Nóis Trupica Mais Num Cai e Os Truta conduzem o Baile Urbano, com um repertório simpático e alegre: marchinhas clássicas de salão, marchinhas de São Luiz do Paraitinga, releituras de musicas Pop e marchinhas de composição própria dos blocos. A condução do Baile tem uma levada interativa com a plateia por meio de Marchinhas-vinhetas e coreografias, como por exemplo, a releitura do clássico do cinema Flashdance. No Espaço de Eventos.

Anaí Rosa e Banda Confete e Serpentina

SESC Vila Mariana
Dia(s) 19/02, 21/02
Domingo e terça, às 14h30.

No repertório do grupo estão marchinhas como "O teu cabelo não nega', 'Chiquita bacana' e 'Sassaricando'. Com Anaí Rosa (voz), Carla Arnoni (piano), Renato Consorte (guitarra e guitarra baiana), Giba Favery (bateria), Carlinhos Alligator (trompete) e Bill Magno (sax). Praça de Eventos.

A Pedra do Meio Dia

SESC Itaquera
Dia(s) 19/02
Domingo, às 13h.

Com a Cia Atos. Utilizando o romance de Literatura de cordel na íntegra, a cia conta a história de Artur e Isadora que partem juntos numa aventura mágica em busca da Pedra do meio dia. No caminho enfrentam onça, feitiço de bruxa e gigante que vira bicho. Essa história de amizade e peripécias é narrada em forma de cordel, com rimas, ritmo e muita graça, utilizando como recurso o teatro de mamulengos, a música ao vivo e o teatro de sombras. De forma lúdica e poética resgata valores hoje tão esquecidos como companheirismo, amizade, caráter e a busca pela justiça. Direção: Dudu Oliveira. Texto: Braulio Tavares Duração: 50 minutos. Tenda da Praça de Eventos.

DIA 20 – SEGUNDA-FEIRA

Só Frevo!

SESC Osasco
Dia(s) 20/02
Segunda, às 14h30 e 16h30.

É para "frever"! O ritmo que anima o carnaval pernanbucano vem esquentar o público na voz de Karina Ninni, com os clássicos do frevo de todos os tempos. Com Karina Ninni e a Banda Piratas da Perna de Pau. Bloco de Convivência.

Show Aqueles Carnavais

SESC Consolação
Dia(s) 20/02
Segunda, às 14h.

Apresentação musical resgatando as marchinhas de Lamartine Babo e Braguinha , dos sambas de Noel Rosa, Ary Barroso e Cartola, que animavam os corsos e os carnavais de antigamente nas vozes dos cantores do rádio (Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Marlene, Linda e Dircinha Batista, Chico Alves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, Silvio Caldas.Com os cantores, Yvette Matos, Lula Barbosa, Jica y Turcão e banda.Área de Convivência.

Show Velha Guarda Musical Camisa Verde e Branco

SESC Consolação
Dia(s) 20/02
Segunda, às 16h.

Primeira Velha Guarda Musical de Escola de Samba de São Paulo, iniciou sua formação em 1993, a partir de uma Roda de Samba que acontecia todos os domingos na Quadra da Escola, roda de samba denominada Botequim do Trevo, Trevo este que é o símbolo da Agremiação, e como toda roda de samba que se preza esta também era regada com muita cerveja e comida farta. Os seus integrantes tem em media 40 anos de samba, se somarmos o tempo de cada um dentro da escola. Fundadores juntamente com o grande comandante “Inocencio Tobias”, do “Salão São Paulo Chic”, onde as sextas-feiras rolavam grandes rodas de samba, com presença de grandes sambistas. Os sambas que fazem parte do repertório da V. Guarda são de autoria de seus integrantes, ou sambas históricos da própria escola.Área de Convivência.

DIA 21 – TERÇA-FEIRA

Show Maria Alcina

SESC Consolação
Dia(s) 21/02
Terça, às 14h.

Maria Alcina dispensa apresentações. Desde que roubou a cena em pleno Maracanãzinho, em 72, cantando “Fio Maravilha” no Festival Internacional da Canção. Neste show, ela canta músicas que fizeram parte do filme "Alô Alô Carnaval", grande sucesso brasileiro de Carmen Miranda em 1936, além de incluir em seu repertório músicas dos ícones do rádio, como Marlene e Emilinha Borba. Área de Convivência.

Aqueles Carnavais!

SESC Osasco
Dia(s) 21/02
Terça, às 14h30 e 16h30.

Quem não se lembra das belas marchas de Lamartine Babo e Braguinha , dos sambas de Noel Rosa, Ary Barroso e Cartola, que animavam os corsos e os carnavais de antigamente, com muita folia e alegria no salão nas vozes dos cantores do rádio (Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Marlene, Linda e Dircinha Batista, Chico Alves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, Silvio Caldas entre outros , pois então vamos reeditar neste carnaval este tempo de outrora, das brincadeiras inocentes, das marchinhas e sambas que marcaram e até hoje encantam tanta gente. Com Yvette Matos, Lula Barbosa e banda.

Show Velha Guarda Musical Nenê da Vila Matilde

SESC Consolação
Dia(s) 21/02
Terça, às 16h.

A escola fundada por Alberto Alves "Nenê"; Antonio Alves de Almeida "Tókio"; Júlio Francisco, Juvenal Tomaz, Geraldo Albertino, Geraldina Alves de Silva, Benedito Alberto da Silva e Balbino de Paula Sodré é a referência do samba e da bateria nota dez.A apresentação da velha guarda é um resgate dos sambas da escola e dos grandes sambistas que colaboraram e fizeram a história da agremiação da zona leste paulistana.Formação:Marco Antonio (voz), Aurea, Laurinha, Dona Leonor, Irene, Ciete e Clara (pastoras), Semi (percussão/ apoio vocal),Tom (cavaquinho), Mandioca (violão sete cordas), Fabinho (percussão),Paulinho (percussão), Roger (percussão).Área de Convivência.

Folia da Tribo

SESC Interlagos
Dia(s) 21/02
Terça, das 10h30 às 11h30.

"Folia da Tribo" é um show teatral que celebra os folguedos, as danças, as músicas e ritmos populares brasileiros, mostrando poeticamente características do povo brasileiro através de sua ampla diversidade cultural. Da festa do Bumba-Meu-Boi até o Carnaval, do Forró ao Caboclinho, dos Pigmeus às Burrinhas, da Ciranda aos Bonecos Gigantes, são estes os “personagens” do espetáculo sem texto e com muita música, no qual seis atores/músicos tocam, manipulam bonecos, cantam e dançam as festas dos quatro cantos do Brasil. Com a Cia. da Tribo. Praça Trabalhadores do Comércio.

Os Velhos Carnavais

SESC Interlagos
Dia(s) 21/02
Terça, às 15h.

Quem nunca ouviu falar do romance do Pierrot com a Colombina? Aqui a história é um pouco diferente: um pierrot apaixonado procura por uma colombina, mas após muitas dificuldades, ele encontra uma bailarina! Na homenagem aos carnavais de rua e das brincadeiras em família, nasce um novo romance. Com a Cia. Ateliê Teatro. Ludoteca.

Fonte:

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/subindex.cfm?paramend=1&IDCategoria=7441

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pré-Carnaval de São Paulo tem baile infantil no próximo domingo

Baile infantil terá concurso de fantasias, brincadeiras, prêmios e muita diversão
Foto: Ricardo Matsukawa/Redação Terra

Super-heróis mirins prometem marcar o pré-Carnaval de São Paulo neste domingo (12). O 1º Encontro Carnavalesco de Heróis irá reunir a criançada no Parque Esportivo dos Trabalhadores, na Zona Leste, a partir das 10h. A ideia é valorizar a tradição de bailes carnavalescos, com confetes, serpentinas e muita diversão para as crianças.

A programação do baile conta com gincanas temáticas, oficinas de circo, sorteio de brindes, concurso de melhor fantasia e muita música. A festa será animada por um DJ e contará com a participação especial da banda baiana LevaNoiz, que foi revelação no Carnaval de 2011 com a música Liga da Justiça.

Para participar do baile, os pequenos foliões devem levar 1Kg de alimento não perecível, que será doado a instituições beneficentes, e ir fantasiados. A proposta da festa é que as crianças incorporem o personagem da fantasia para participar das brincadeiras e concorrer a prêmios especiais pela performance.

Serão sorteadas mochilas, cadernos, DVDs, fantasias e um carro elétrico.

Fonte: http://diversao.terra.com.br/carnaval/2012/noticias/0,,OI5604361-EI19421,00-PreCarnaval+de+Sao+Paulo+tem+baile+infantil+no+proximo+domingo.html

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Desmame

Elsa Regina Justo Giugliani*

*Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)

O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie.

Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos.

Assim, a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar.

Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”.

Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.

Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico.

Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.

O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano.

Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade.

O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:

Quadro 1. Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame

• Idade maior que um ano

• Menos interesse nas mamadas

• Aceita variedade de outros alimentos

• É segura na sua relação com a mãe

• Aceita outras formas de consolo

• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais

• Às vezes dorme sem mamar no peito

• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar

• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar

É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.

Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:

Quadro 2. Vantagens do desmame natural

• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança

• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame

• Fortalece a relação mãe-filho

• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.

Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo. O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame.

Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores

• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar

• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança

• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível

• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão

• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período

• Ausência de outras mudanças ocorrendo: Ex.: controle dos esficteres

• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.

As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”.

Fonte: http://www.sbp.com.br

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fim de semana de muitas atividades!



Clique nas imagens para ampliar

Informações:

Espaço Nascente

Rua Grajaú, 599 - Perdizes

(11) 3672-6561 / (11) 2548-6383

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A PRAÇA também é um lugar para ouvir história

A atriz Sarah Elisa realiza mais uma contação de histórias na Praça Victor Civita. Folclore, cultura, magia, castelos e super-heróis animam a criançada neste começo de ano.

DOMINGO, 05/02, ÀS 17h
Rua Sumidouro, 580 – Pinheiros
Tel: (11) 3031-3689
http://pracavictorcivita.org.br

Esse evento é gratuito.

A culpa é da culpa

Por Michelle Prazeres*

Nas últimas duas semanas, tudo aqui em casa mudou. O nono mês de vida do Miguel foi marcado por múltiplas “viradas” e transformações na vida da nossa família. Ele, claro, espelho de nós que é, fez parte de todas estas mudanças, e as refletiu em seu comportamento, especialmente relacionado ao sono e à alimentação.

Bebê tranqüilo, Mig nunca tinha nos dado trabalho em relação ao sono. Dormia bem, sempre mamou durante a madrugada, mas o considerado dentro da “média”. Nos últimos dias, o sono virou de cabeça pra baixo, e o menino passa a noite tirando cochilos de 5 minutos e acordando às vezes gritando, às vezes querendo brincar. Foram os primeiros dias – ou noites – em que de fato não dormimos depois que ele nasceu.

Bebê comilão, Mig não teve problemas com a introdução alimentar, aos 6 meses. Come de tudo, come bastante, em casa, na rua, no berçário, comigo, com o pai, com a vó, com outras cuidadoras... mas agora, não tem quem faça ele comer. As frutas ainda “passam”, mas a papinha salgada não desce. E quando desce, só vai se estiver muito, mas muita esmagadinha. Papa mesmo.

Bebê sociável, Mig nunca foi “um grude”. Claro, sempre curtiu nosso colo, mas sempre foi com outras pessoas “numa boa”, e nunca foi de reclamar. Baladeiro, topava tranqüilo as nossas saídas a lugares nem sempre “baby friendly”, apesar de nosso esforço em freqüentar espaços mais agradáveis para pequenos.

Angústia da separação

Eis que chegou o que costuma de chamar de fase da angústia da separação. E esta fase, para ele, ainda coincidiu com a chegada dos dentes, que – dizem – também costuma causar verdadeiros terremotos.

Algumas noites de sono perdidas, e cá estamos nós, meu marido e eu, tecendo mil reflexões sobre de quem ou do que é a culpa pelo fato de o Mig, bebê tão tranqüilo até então, estar deste jeito: sem dormir, sem comer e grudado em mim. Ora, a culpa é da vida, que muda mesmo, e ele precisa ir se adaptando aos limites e às coisas que nem sempre são do jeito que ele gostaria de fosse. São suas primeiras frustrações, seus primeiros “nãos”. Mas a culpa também é nossa? Dos pais?

A culpa é uma coisa esquisita. Dizem que nasce a mãe, nasce a culpa junto. Eu, desde grávida, repetia “não quero ser uma mãe culpada”. De fato, acho que não sou, assim, na totalidade, mas o fato é que a culpa vem. E se a gente assumir que ela está com a gente é mais fácil lidar com ela.
No começo, vem travestida de angústia. Especialmente se somos mães de primeira viagem, ela vem sob o formato de “não sei fazer, então, é melhor perguntar para outras pessoas do que ouvir a minha intuição”. E lá vem a culpa, porque “terceirizamos” o cuidado com nossos filhos ou porque, no outro extremo, não estamos sabendo fazer direito, porque não sabemos de nada. O que faz com o umbigo? E o choro? É assim mesmo? O tempo todo? É cólica? Dá o que? E estas perebas na pele? E o cocô mole? E a fralda? E o banho? E, e, e...

E a culpa é culpada por procurarmos soluções externas para resolver problemas cuja solução está em nós.

Bebês precisam de colo, carinho, comunicação e alimento.

Depois, o tempo vai passando e nós, mães, sentimos necessidade de sair um pouco de casa. Este tempo vai de cada uma. Para mim, foram dez dias. E aí, vamos fazer coisas para nós com os bebês. Pronto! Lá vem a culpa. Ah, mas esta seção de cinema não é pra ele. É pra mim. Esta aula de dança não é pra ele, é pra mim. Esta massagem não é pra ele, é pra mim. Mas, mas, mas...

A culpa é culpada pelo sacrifício. Nos sacrificamos, em lugar de pensar que, se fazemos bem para nós e estamos bem, o bebê estará bem também, e é preciso estar bem para cuidar bem.

Bebês não precisam de sacrifício. Precisam de entrega, sim. E as duas coisas são completamente diferentes, mas a culpa faz a gente confundir.

Aí, o tempo vai avançando, e, por conta de questões que não cabe aqui entrar no mérito, eis que chega o momento em que de fato precisamos nos separar (física e emocionalmente) dos nossos filhos pela primeira vez. Aí, a culpa não é travestida de nada. É culpa mesmo. Culpa pura! No meu caso, a separação teve que se dar por conta do trabalho. Já não é fácil. E com a culpa, ganha ainda mais peso! Agora que tenho algum tempo pra mim – ainda que seja majoritariamente dedicado ao trabalho –, nossa relação ganhou em qualidade, porque quando estou com ele, estou inteira e não mais tão cansada e irritada. Mas tem a tal da culpa. A culpa por estar deixando meu filho em um berçário, por ele estar passando por tudo isso, por ele estar triste, chorar feito louco toda vez que nos separamos , por ele não comer, por ele estar sentindo dor de dente, por, por, por... por culpa! Por um monte de coisas que fogem da nossa governabilidade, mas a culpa faz a gente achar que é responsabilidade nossa.

E a culpa é culpada por fragilizarmos nossos filhos e não deixarmos eles, de fato, conquistarem seus primeiros momentos de autonomia. É culpada por nos fragilizarmos e acharmos que não damos conta.

Bebês precisam que acreditemos na sua capacidade e na nossa capacidade (da família) de atravessar esta fase e bem.

Espantando a culpa!

E como lidar com a culpa? Obtive pistas estes dias.
Nosso pediatra (e guru!) Cacá, em consulta, nos provocou a pensar no que de fato queremos nesta fase. E a partir disso, mudar alguns hábitos relacionados à alimentação e ao sono do Miguel. Em um dado momento, ele nos disse: “A culpa é egoísta. Você para de olhar pro outro e passa a se olhar, a olhar para a culpa”. De fato, quando nos sentimos culpadas, deixamos de mirar os nossos filhos e miramos o que nos faz sentir menos culpadas. E aí é que começa o poço sem fundo.

Vivemos a culpa e ela vai nos engolindo.
Se olharmos nossos filhos, veremos que eles são nosso espelho, nossa alma, nossa sombra. Eles manifestam nossos desejos mais profundos. Neste caso, manifestam o nosso desejo de sermos necessárias.

Ser necessário é um desejo que todos nós temos. Todo ser humano quer ser precisado. E ser necessário é um tipo de poder. E, no caso de ser mãe, é um poder extremamente gratificante. Pois o resultado - ao exercê-lo – é, em geral, um filho “bem cuidado” de uma mãe super dedicada. Mas todo poder contem uma perversão. E a perversão do poder que temos de acalmar e acalentar, de fazer dormir e fazer comer os nossos filhos é a culpa.

Não sei se existe fórmula para lidar com ela. Mas arrisco dizer que a generosidade materna deve se expandir também para o campo das responsabilidades. E a responsabilidade pela condição – seja ela qual for – de um filho, é partilhada entre pai, mãe e filho.

Também arriscaria dizer que seria muito saudável se nunca agíssemos por culpa, mas sim, por vontades, desejos, necessidades... Agir por culpa pode gerar sacrifício, cobrança e frustração. Gera, com certeza, ruído no diálogo com nossos filhos. Eles não entendem bem a mensagem que passamos, porque nós também não temos clareza dela.

Na prática, não sei como agir.

Estamos experimentando um monte de coisas, testando possibilidades diante de nossa realidade e de nossos limites.

Mas o bom é que agora já sei o que pensar.

Vou pensar que a culpa não é de ninguém.

Que a responsabilidade é de todos.

Que a vida, a maternidade e a paternidade são o possível.

E que a culpa... ah... a culpa é da culpa!


* Michelle Prazeres é mãe do Miguel, 9 meses. É jornalista e idealizadora do blog http://empreendedorismomaterno.blogspot.com/

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Slingada


Tem Slingada dia 04/02/2012 das 13h30 as 17h.

O q é slingada e sua história? http://www.umamaedasarabias.com/2012/01/13/slingadas-orientam-pais-e-maes-a-usarem-carregadores-de-bebes-os-slings/

Se você não consegue montar direito o seu sling! Vá a uma slingada.

Se você está em dúvida que do tipo de carregador deve escolher! Vá a uma slingada

Se você acha que seu bebê fica “desconfortável” dentro do sling! Vá a uma slingada.

Se o sling fica, folgado, apertado, grande, pequeno, etc... Vá a uma slingada.

Se o seu sling fica mais na gaveta do que carregando o seu bebê! Vá a uma Slingada.

Se você tem duvida de quando e como colocar o meu bebê no sling! Vá a uma Slingada.

Não importa a sua dúvida, o importante é slingar com “segurança”.

Não importa a marca o importante e slingar com produtos de boa procedência e que facilite o colo de quem quer manter o seu bebê grudadinho com “ segurança”

A Slingada é um evento Gratuito, não precisa inscrição prévia é só aparecer, leve o seu sling ou se quiser pode comprar no local.

Atividades:

15h30 - Banho de Balde com Ervas
Responsável: Sabrina Jeah - Herborista do viveiro orgânico Sabor de Fazenda e consultora em fitoterapia.
* Trazer toalha e o balde.

Onde?

Rua Grajaú, 599
Próximo a Av. e metrô Sumaré.
Horário: 13:30hs as 17 horas

Visite o blog da slingada. www.slingada.blogspot.com

Leve um lanchinho para compartilharmos.

Esperamos por vcs.

Bjs

Rosangela Alves
consultoria gratuita em carregadores para bebês
Sampa Slings /Amollis
www.slingada.blogspot.com
www.sampasling.com.br
www.maternaemcanto.blogspot.com
83839075

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dever de casa, da escola e da família

O que leva a classe média a matricular os filhos na rede pública? Principalmente, a busca por uma experiência de vida rica e com responsabilidades compartilhadas

Os filhos são nossos, mas também são do mundo. A forma de educá-los é decisão de cada família, mas, às vezes, esquecemos que parte da aprendizagem é compartilhada com a escola. Exagerando, podemos dizer que a sociedade inteira tem o que ensinar, incluindo os outros pais, os coleguinhas e os professores.

É estranho, portanto, que a gente nunca se pergunte: Quem é o dono do giz? E a lousa, é de quem? A quadra de esportes é de todos?

Há uma parte tímida da classe média disposta a pedir de volta o direito de matricular os filhos em uma escola pública de qualidade. Essa minoria não fica de braços cruzados e se sintoniza com as questões da comunidade escolar para que a formação dos filhos não dependa somente de verbas atrasadas ou projetos educacionais engavetados. Proativos, eles pretendem dar uma nova cara à instituição bordada por índices deficientes de qualidade. Tomam para si a responsabilidade de zelar pelo bem público e auxiliar a escola como coadjuvantes de destaques. Mas quem são esses pais? O que eles fazem pela escola pública?

Direito garantido
Na Escola Classe da 304 Norte, o barulho que se escuta pelos corredores não é dos alunos, que ainda aproveitam as últimas semanas de férias. Mas de pintores deslocando as escadas para alcançarem todos os espaços que precisam ser retocados antes do início das aulas. Lá fora, funcionários da Novacap retiram o capim da quadra de futebol e aparam os galhos que ameaçam cair no pátio. Enquanto a escola se prepara para mais um ano letivo, a empresária Angélica Brunacci, 33 anos, conversa com os funcionários, se dispõe a ajudar, faz sugestões sobre as mudanças e observa as melhorias do lugar onde a primogênita Sofia, 8 anos, estuda.

Angélica e o marido, o tecnólogo Diego Viegas, 31 anos, participam de cada decisão tomada pela escola. Postura que transforma o ensino público em algo bem diferente do quadro de descaso pintado por muitas instituições. Parte desse sucesso antecede a participação do casal e de outros pais cujos filhos estudam no ensino público. Pai de Angélica, o economista Gilson Duarte, 61 anos, por exemplo, já foi presidente da Associação de Pais e Mestres (APM), durante a década de 1980, onde a filha estudou e hoje a neta estuda. Para manter a qualidade pela qual os pais e tantos outros pioneiros batalharam para conquistar, Angélica segue os mesmos passos.

A empresária participa da APM porque acredita que uma atitude proativa dos pais seja peça fundamental para o êxito do ensino público. Além de participar de conselhos e reuniões da comunidade, Angélica e Diego também reservam algumas horas da semana para ir à escola e realizar atividades extras. Caso do laboratório de informática que Diego instalou e para o qual presta assistência. Angélica também ministrou uma oficina sobre segurança na internet. “Ninguém te cobra para ser participativo, mas se um pai domina a parte elétrica, ele vem ajudar da mesma forma que outro pai, serralheiro. A escola pública é assim: uma via de mão dupla”, diz Angélica.

Apesar de se juntar a outros pais de classe média cujos filhos estão matriculados na escola classe, a empresária desconhece a existência de uma rede organizada de pais em prol do ensino público. No entanto, Angélica observa que tal envolvimento nas atividades pedagógicas passa a ocorrer a partir do momento em que pai e mãe matriculam os filhos no ensino público e se tornam parte da comunidade escolar. “Acho que tudo parte do seguinte princípio: quando a classe média abandona o serviço público, ele fica caracterizado como ‘para pobre’. E não é. É um serviço pelo qual todos pagamos por meio de impostos”, defende.

Sofia, filha de Angélica e Diego, não vê distinções entre os coleguinhas, ainda que muitos experimentem uma realidade bem diferente da menina de classe média. “Andamos com ela de metrô, de ônibus e explicamos, à medida que nos questiona, como é a vida de algumas amigas da escola ou por que não é asfaltada a frente da casa da amiga. Queremos preparar nossas filhas para o mundo”, diz Diego

Outra diferença no dia a dia de Sofia, ressaltada pelos pais, é que ela não demanda brinquedos ou gadgets como outras crianças da mesma idade. O celular que ganhou dos pais só é usado quando a menina tem aula de ginástica acrobática no Centro Interescolar de Educação Física (Cief), também público. A mochila ou mesmo o estojo também não são aqueles “da moda”. Nem por isso, ela sente falta.

Tampouco Sofia sofreu qualquer tipo de bullying na escola por ser de classe média. Nem os pais foram questionados por outros de menor poder aquisitivo sobre a vaga que a menina ocupa numa escola pública, sendo que o casal de classe média teria condição financeira de matricular a menina numa particular. Para os pais de Sofia, a ideia de que estariam roubando a vaga de alguém que realmente precisa é consequência de um abandono do ensino público por parte da classe média. Para Angélica, o que houve foi um afastamento da classe média quanto às escolas públicas. “Mas ainda há pais que querem usufruir desse direito”, complementa.

Questão de formação
A servidora pública Mirian Benites Falkenberg, 46 anos, tem duas filhas matriculadas na Escola Classe da 304 Norte. Mãe de Ana, 7 anos, Helena, 9, e Fernando, 14, Mirian foi motivada pelo ideal de que o ensino público é para todos. “Aqui tenho a oportunidade de estar mais próxima da educação dos meus filhos”, diz.

Até encontrar uma escola de ensino fundamental de qualidade para os filhos, ela e o marido, o servidor público Roberto Guerrero Marques, 56 anos, tiveram que pesquisar muito. Buscaram referências, foram atrás de instituições do ensino público e particular ranqueados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mas, graças ao boca a boca, chegaram à Escola Classe da 304 Norte. O filho mais velho, Fernando, de 14 anos, no entanto, não faz mais parte do ensino público. O adolescente foi matriculado, recentemente, numa escola particular porque os pais não encontraram uma instituição de ensino médio e público que oferecesse ao filho as mesmas condições que outros meninos do ensino particular têm para concorrer a uma vaga na universidade pública.

Esse, inclusive, é dos motivos pelo qual Mirian sabe que nem tudo são flores na escola pública. “Existem muitos desafios, dificuldades, mas lutamos juntos com a escola”, pondera. A transição experimentada por Fernando provoca de início, estranheza. Mas o adolescente diz que tirou de letra as mudanças. Uma das razões, acreditam os pais, é a visão diferenciada de mundo que ele desenvolveu no ensino público.

A servidora dá crédito ao exercício da cidadania e de responsabilidade que Fernando apreendeu durante todo a fase do fundamental. Ex-aluna de escola pública no Rio Grande do Sul, bem como o marido em São Paulo, Mirian não se arrepende da educação que traçou para os filhos. “Quero que eles lutem por uma mudança na sociedade, por questões que realmente façam a diferença e que não tenham, simplesmente, uma carreira ou reduzam suas preocupações à própria questão financeira”, almeja.

Parceria
Associação de Pais e Mestres (APM): Tanto a APM quanto a Associação de Pais, Alunos e Mestres (Apam) e a Caixa Escolar são entidades legalmente constituídas pelas comunidades escolares sob a forma de pessoas jurídicas de direito privado sem fins econômicos. Elas têm como objetivo: auxiliar na administração escolar, participar de reuniões de planejamento e avaliação das atividades da instituição, captar recursos financeiros para prestar assistência suplementar e/ou emergencial à escola, receber, executar e prestar contas dos recursos financeiros obtidos por meio de repasses governamentais, como também os provenientes de doações ou eventos, além de promover e apoiar atividades sócios-culturais.

O caminho não só de flores
Para o casal Humberto e Beatriz Pellizzaro matricular os filhos na rede pública não era uma opção. No início dos anos 1980, tanto o engenheiro eletrônico quanto a jovem graduada em matemática enfrentavam as consequências de um estilo de vida despojado de bens materiais. Trabalhavam duro na pequena fazenda que, mais tarde, daria lugar à loja de produtos naturais que ainda mantêm. E tinham uma escadinha em expansão: Kimie, hoje com 31 anos, Keiko, 30, e Marcos, 28. Deixaram o campo e, em Brasília, geraram Yolie, 25, e André, 20.

Beatriz, 56 anos, postergou até onde foi possível o momento de matriculá-los na escola. “Optei por sair do emprego convencional e trabalhar em casa justamente para isso: para acompanhar a vida deles. Acho que, nessa primeira fase da infância, é importante brincar também. Então a obrigação da escola podia vir um pouquinho depois”, explica. Assim, os pequenos ingressaram no sistema por volta dos 7 anos. Começava aí uma história impressionante, na qual a família inteira se doou em nome de uma formação íntegra e sólida.

Ao longo do caminho, o realismo foi de grande valia. “O ensino público, com algumas exceções, tem suas deficiências. Então, desde cedo, a gente os ensinou a não se limitar às limitações da rede. Então, eles procuraram sempre estudar por fora. Alguns conseguiram bolsas, e todos trabalharam para ajudar em casa. O sistema deixa meio à míngua, mas também tem suas vantagens. Eles ficaram mais autossuficientes”, diz

O casal é ciente de que a opção de vida deles abarcava o destino dos meninos. “Se você puder conversar com os filhos sobre as carências e oportunidades, a experiência é bastante rica e se vive mais harmoniosamente”, acredita Beatriz. “A escola pública é um retrato mais real da sociedade”, conclui Pellizzaro. E os pais marcaram presença. Naquela época, por exemplo, Humberto curtia acampar e fazer trilhas. Nessas ocasiões, sempre estendeu o convite às demais turmas. Comunicava à direção e, aqueles que os pais autorizassem podiam entrar na aventura.

“Nem tudo foram flores”, ressalta Beatriz.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2012/01/29/interna_revista_correio,287578/dever-de-casa-da-escola-e-da-familia.shtml