segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Amor não é biscoito

 

Como tem sido difícil para muitas mães ensinar aos filhos a importância da boa alimentação. Há pouco tempo para preparar a comida em casa, para estar com os filhos nos horários das refeições, para fazer o lanche que levarão à escola etc.
No mundo da velocidade, ensinar a criança a comer e a conviver com a família em torno da mesa tem sido tarefa quase impossível.
Precisamos reconhecer: a oferta de porcarias deliciosas dirigidas às crianças está muito grande. E esses alimentos são muito, muito sedutores. Lanches dos mais variados tipos, biscoitos coloridos com ou sem recheio, salgadinhos crocantes de todos os formatos e cores, frituras mil, chocolates, refrigerantes e muitos, muitos doces.
Temos tentado resolver essa questão principalmente porque a saúde infantil tem reclamado. Sobrepeso e obesidade, hipertensão, taxas altas de colesterol, doenças do aparelho digestivo e distúrbios alimentares --problemas antes restritos ao mundo adulto-- agora marcam presença na vida de muitas crianças.
Em função desse panorama, vários Estados brasileiros já elaboraram leis para obrigar cantinas escolares a vender exclusivamente alimentos saudáveis e proibir a comercialização de itens gordurosos e industrializados, por exemplo.
Muitas escolas também já começam a oferecer alguns recursos para colaborar com o enfrentamento do problema: contratam nutricionistas, oferecem lanches balanceados, orientam pais e professores, realizam atividades culinárias com as turmas e abordam o tema da alimentação com seus alunos.
A questão é difícil tanto para as famílias quanto para as escolas. Afinal, como ajudar a criança a aprender a comer bem? Vamos tentar localizar alguns focos dessa questão.
O relacionamento entre pais e filhos mudou muito nas últimas décadas. Uma dessas mudanças foi radical: os pais têm receio, hoje, de perder o amor de seus filhos. Antes era o oposto: os filhos obedeciam por medo de perder o amor dos pais.
Dá para entender essa virada: em um mundo de relacionamentos afetivos extremamente frágeis, precisamos ter a garantia da permanência de alguns vínculos. Numa época em que o prefixo "ex" se multiplica na frente de palavras como marido, sogra, cunhado etc., nada como tentar assegurar que o bom relacionamento com os filhos permanecerá.
O problema é que isso tem se concretizado de maneiras equivocadas. Uma delas é a atitude de muitos pais de tentar dar ao filho tudo o que ele quer.
E o que a criança quer comer? Aquilo que achamos gostoso e que oferecemos a ela justamente por esse motivo. Vamos falar a verdade: queremos que as crianças se alimentem bem por questões de saúde, não é verdade? Mas elas logo percebem que o que lhe oferecemos porque consideramos gostoso não coincide com o que queremos que comam porque faz bem.

A mãe de uma garota de menos de dois anos me disse que estava bem difícil fazer a filha almoçar, porque ela só queria biscoito.
Perguntei à essa mãe como a criança descobrira os tais biscoitos e ela me respondeu que ela mesma é que havia introduzido esse alimento em casa. "Por que eu deveria privar minha filha de comer coisas gostosas? Eu só não sabia que ela iria gostar tanto a ponto de passar a recusar as refeições."
E devo dizer: essa mãe permite que a sua filha substitua o almoço e o jantar por biscoitos. "Vou deixar que ela chore de fome?", perguntou ela.
A maior parte das dificuldades alimentares de uma criança tem, portanto, origem no tipo de relação que seus pais estabelecem com ela e também com as escolhas que nós, adultos, fazemos do que consideramos gostoso. É ou não é?
Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. É autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha), entre outros. Escreve às terças na versão impressa de "Equilíbrio".

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pediatra dá dicas para uma boa amamentação


por Carlos Corrêa, o Cacá.

O leite materno é um alimento único e especial para o bebê, já que ele é adequado a todas as necessidades nutricionais e imunológicas do bebê. Ele é um fluido vivo que
protege contra infecções e possui ácidos graxos que auxiliam no desenvolvimento cerebral. Crianças amamentadas por longo período apresentam melhores índices em testes de inteligência.

Além disso, crianças amamentadas têm menor risco de apresentar diarreia, desnutrição, otites, alergias, problemas de fala e ortodônticos. A diabetes e a hipertensão arterial são doenças associadas ao aleitamento artificial. Além de todos os
benefícios à saúde, a amamentação também proporciona calor, contato e proximidade entre mãe e filho, que podem influenciar ainda no desenvolvimento físico e emocional da criança. Por essa e outras razões, o leite materno deve ser o único alimento na vida do bebê até os seis meses de vida.

Mas como o leite é produzido? A sucção do bebê vai desencadear a produção do hormônio prolactina, que é responsável pela produção do leite, e a ocitocina vai fazer com que o leite flua. A ocitocina é um hormônio que é afetado pelas emoções e sentimentos da mãe, por isso, muitas vezes, se ela está preocupada, cansada ou com dor, o peito pode estar cheio de leite, mas não flui.

De acordo com o pediatra neonatologista Carlos Corrêa, toda mulher tem leite, até mesmo mães adotivas que nunca engravidaram podem produzi-lo. A produção do leite está relacionada ao estímulo. Quanto mais o bebê suga o peito, mais leite é produzido. Para que a produção seja adequada é muito importante que o bebê mame sob
livre demanda, isto é, toda vez que ele pedir, sem regras de horários e tempo de mamada ou quando a mãe sentir a necessidade de oferecer. Também é necessário que a pega e a sucção do bebê estejam adequadas, pois se a pega estiver errada o peito não vai ser bem estimulado. Outro fator que pode atrapalhar a produção de leite é o uso de chupetas, pois o bebê pode sugar menos o peito e isso afeta a produção. "Ajuda também a mãe estar descansada, por isso, é muito importante que as mães aproveitem para dormir nos horários em que o bebê está dormindo", explica ele.
Cuidados com o bico

Para evitar que os bicos rachem é fundamental que a pega do bebê esteja correta. O neonatologista explica que o bebê deve abrir bem a boca e abocanhar a maior parte possível da aréola, que é a parte escura da mama, e não somente o mamilo. O queixo do bebê deve estar próximo à mama e os lábios inferiores devem estar virados para baixo. Para estabelecer uma boa pega é fundamental que
mãe e bebê estejam numa boa posição.

A mãe deve estar
confortável, com as costas apoiadas. A criança deve ficar de frente para o peito da mãe, pois é a pressão de sua gengiva na aréola que solta o leite. Se ela sugar só o bico, o leite não sai. Sua cabeça deve estar alinhada com o tronco, ou seja, a criança não pode estar torta e seu corpo deve ficar colado ao corpo da mãe o tempo todo.

Quando a amamentação vai bem, não é para a mãe sentir dor. A dor que muitas mães sentem está relacionada principalmente à pega errada do bebê, isto é, quando pega somente o mamilo e não abocanha a aréola. Se doer, primeiramente deve-se corrigir a pega e o posicionamento da mãe e do bebê. Existem outras situações que podem causar dor para amamentar, como, por exemplo, uma infecção por fungos. "O importante é que, quando a mãe estiver com alguma dor ou qualquer dificuldade para amamentar, ela
procure ajuda especializada, como, por exemplo, profissionais capacitados em amamentação ou ajuda de um Banco de Leite Humano", diz Corrêa.

O neonatologista explica que antigamente as grávidas eram orientadas a fazer exercícios para o preparo do mamilo, mas, segundo ele, estudos
comprovaram que esses não tinham resultados, o que realmente vai importar é a pega e a sucção do bebê.
Leite fraco: mito ou verdade?

Um mito na amamentação é de que algumas mulheres possuem um leite fraco, por isso o bebê mama em intervalos pequenos. Segundo o médico, toda
mãe produz leite adequado para seu bebê e cada um tem o seu ritmo de mamada. "O estômago do bebê está preparado para digerir o leite materno, por isso a digestão é bem rápida e ele sente vontade de mamar mais rapidamente e com mais frequência comparado ao leite de vaca", diz ele.

Algumas mulheres podem apresentar traumas nos mamilos, e nesse caso, além de ser fundamental corrigir a pega do bebê no peito, é indicado tomar banho de sol ou fazer
tratamento com pomada de lanolina. "Lavar o mamilo após a mamada não é recomendável, pois retira a oleosidade natural que ajuda a proteger a pele do mamilo, deixando a pele mais sensível e suscetível a rachaduras", explica o pediatra.

Carlos Corrêa é médico pediatra, neonatologista, consultor em aleitamento materno. Treinador em Reanimação Perinatal da Sociedade de Pediatria. Faz parte de equipes que participam de partos humanizados no estado de SP.

http://neonatologiakk.blogspot.com.br

http://espaco-nascente.blogspot.com.br

Fonte: http://idmed.terra.com.br/sexualidade-e-gravidez/gestacao/pediatra-da-dicas-para-uma-boa-amamentacao.html

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os cuidados com a pele do recém-nascido e do lactente


A pele do bebê, logo ao nascimento, estruturalmente já é muito semelhante a do adulto, mas possui algumas peculiaridades.

O contato com o meio ambiente, ao nascimento, serve como estímulo para o desenvolvimento da função de barreira da pele contra possíveis agentes infecciosos, traumas mecânicos, perda de água e controle da temperatura corporal, além da existência de um manto ácido protetor. No caso do recém nascido prematuro, o uso das incubadoras serve para o controle destas funções até um melhor desenvolvimento da pele.

Nos cuidados diários do recém-nascido devemos evitar os banhos de longa duração, utilizando água morna e pouco sabonete, preferencialmente os indicados para uso infantil, afim de evitar a destruição do manto protetor. É importante, também, evitar o uso de cremes ou loções, salvo, em caso de indicação médica.

Devemos salientar a absorção cutânea aumentada na pele do recém-nascido(particularmente na área das fraldas e dobras cutâneas), principalmente nos prematuros, o que demanda um maior cuidado no uso de produtos tópicos, como por exemplo: corticosteróides, ácidos bórico e salicílico, como também a uréia.

Quanto à exposição solar é indispensável à proteção mecânica com a utilização de roupas adequadas, carrinhos de bebê com corbetura, guarda-chuva ou guarda-sol, lembrando que na praia, a areia reflete os raios solares, ficando mais exposto à radiação ultravioleta. Portanto, devemos utilizar o horário anterior às dez horas da manhã e após as dezesseis horas da tarde (não esquecer o horário de verão). Com o passar dos meses, a pele vai adquirindo maior resistência aos agentes físicos, sendo que em torno dos 12 meses já podemos utilizar filtro solar, dando preferência àqueles de uso infantil, pois são hipoalergênicos (existem várias marcas que podem ser indicadas pelo dermatologista ou pediatra).

Outro cuidado importante no verão é a utilização de roupas leves e evitar ambientes excessivamente quentes para não deixar que apareçam a miliária, popularmente conhecida como "brotoeja", pequenas bolhinhas avermelhadas, em áreas de maior transpiração, as quais ocorrem pela obstrução e inflamação das glândulas de suor. Se ocorrer, é necessário procurar um tratamento especializado.

Para o bebê é importante manter a higiene adequada, com trocas de fraldas sempre que ele se encontre molhado, evitando períodos longos sem trocas, podendo utilizar cremes de barreira (por exemplo, a base de óxido de zinco), prevenindo dermatites e infecções fúngicas que podem causar desconforto e prurido no lactente.

Higiene no ambiente do lactente é de extrema importância para evitar o aparecimento de doenças causadas por ácaros, como escabiose (sarna) e reação à picadas de insetos, que podem se apresentar com quadro clínico exuberante quando a criança for alérgica. Devem ser tratadas com anti-histamínicos (anti-alérgicos) via oral e cremes com corticóides e antibióticos, esses sendo indicados apenas por médicos.
Particularmente na pele dos lactentes após os 6 meses de idade, que apresentem pele ressecada com prurido, pode ser utilizado amido (MAISENA) no banho, lembrando de evitar os banhos excessivamente quentes. Nestes pacientes com antecedentes de alergia (rinite, bronquite e sinusite) ou pais com dermatite/eczema atópico orientamos, além de manter hidratação cutânea adequada, também o uso de tecidos de algodão e cores claras para as roupas.

É interessante lembrar que existem inúmeras doenças de pele no período neonatal que são transitórias e que desaparecem espontaneamente e, que a pele do lactente apresenta, em geral, ótima cicatrização e regeneração. Portanto, em qualquer alteração cutânea, deve-se procurar auxílio especializado por meio de dermatologistas e pediatras, que irão indicar o tratamento adequado e cuidados específicos para cada doença.


Wellington Furlani
Dermatologista

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança

por AMS - Aleitamento Materno Solidário, sábado, 2 de Abril de 2011

O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação podem interferir no sono.
O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.

Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.

Saltos de desenvolvimento

Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.

Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.

No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.

Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.

A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).

Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor (aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino(usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem), desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Colo faz bem. Slingar também!


Estudos e especialistas comprovam benefícios de carregar bebês amarradinhos ao corpo da mãe e do pai. Slings são facilitadores, que garantem o colo com conforto e segurança para todos.


Foi-se o tempo em que se acreditava que dar colo tornava as crianças mais apegadas e carentes. Estudos e especialistas contemporâneos mostram que o colo faz bem tanto para mãe, quanto para o bebê, como para toda família, além de criar adultos mais seguros e independentes.

Os benefícios do colo são múltiplos e vão desde questões emocionais até uma melhor visão! “Pense comigo: faz total sentido que uma criança que desfruta de afeto, carinho e muito colo na sua infância seja um adulto mais seguro e tranquilo. Ninguém é carente do que tem”, afirma Rosângela Alves, da Sampa Sling, consultora em carregadores de bebês. Ela explica que os slings são facilitadores de colo e que são excelentes recursos para prover o colo de forma segura e confortável para mamãe, papai e bebê.


A afirmação de Rosângela vem da sua vasta vivência com carregadores. “Minha experiência mostra que os slings auxiliam as mães e pais na conexão com seus filhos e na garantia de um colo seguro e confortável para todos”, diz. A Sampa Sling é pioneira na fabricação e comercialização de carregadores no Brasil, atuando neste mercado desde 2005.

Comprovado cientificamente

Estudos recentes desenvolvidos na Universidade de Harvard nos Estados Unidos mostram que bebês e crianças que desfrutam do colo das suas mães tornam-se adultos com menos propensão a desordens, como a Síndrome do Pânico e o desenvolvimento de traumas.

Um estudo de uma universidade paulista, a Unifesp, vai mais longe: colo de mãe alivia qualquer tipo de dor!.

Para recém-nascidos, os benefícios são ainda maiores. Especialistas apontam que o colo pode inclusive prevenir as incômodas e indecifráveis cólicas.

Recomendação médica: bebê de colo no colo!


Além de ter seus benefícios comprovados cientificamente, o colo é recomendado por pediatras. “O colo é uma forma de dar calor, afeto, de aninhar seu filhote, de dar carinho, mas também de transmitir uma série de emoções e sentimentos que não podem ser expressos de outra forma”, aponta Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá, pediatra e especialista e amamentação, coordenador do Espaço Nascente, em São Paulo. Para ele, “o bebê de colo deve ficar no colo” e a nossa sociedade culturalmente coloca o bebê de colo no berço (ou no carrinho ou no bebê conforto) e o bebê engatinhante no colo. “Bebê de colo se chama assim porque deve ficar no colo”, diz.

Ele explica que a crença de que o colo produz indivíduos dependentes e inseguros ou apegados é fruto do senso comum de toda uma geração, mas estudos científicos e a experiência com bebês mostram que o colo faz bem tanto para a mãe quanto para o filho. “E isso vale especialmente para recém nascidos e bebês em amamentação, mas vale também para bebês maiores. E vale também para os pais!”, lembra o pediatra.


Segundo Corrêa, não existe prazo para parar de dar colo ao seu bebê. “O ideal seria que cada um pensasse e, principalmente, sentisse o que é melhor para sua família e seguisse a sua intuição. O problema é que as pessoas gostam de coisas prescritas e da sabedoria que vem de fora. Elas devem aprender a escutar a sabedoria que vem de dentro e do seu próprio corpo”, afirma.

Ele recorda que ainda que os benefícios do colo sejam múltiplos, não existe fórmula secreta. “Cada um é um. E a história de uma criança não poderá ser atribuída ao fato de ela ter tido ou ter sido privada de colo na infância. Mas se pudesse supor, com base nestes estudos e na minha experiência, diria que acredito que, com colo suficiente, uma criança não fica dependente. pelo contrário: a chance de ela ser "descolada" e desapegada é bem maior”, conclui.

Fonte: http://slingada.blogspot.com.br/

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Amamentar sozinha? Yes, we can!


Por Mariana Lettis, mãe do Esteban.

Amamentação prolongada, mãe sozinha também pode!

A Semana Mundial de Aleitamento Materno, SMAM 2012, está chegando e queria compartilhar meu relato de amamentação prolongada. Espero inspirar outras mães que também não tem companheir@, a que confiem no seu corpo – a gente consegue!

Meu menino tem 3 anos e meio, e até hoje ele mama. Durante a semana, só para dormir, se ficar doente, febril, a demanda aumenta para madrugada adentro, dia afora. No dia a dia, ele acorda 7:20hs já na porta da escola – levo ele dormindo no carrinho ou no sling se está chovendo, toda manhã, já que a porta da escolinha fecha pontualmente às 7:40hs.

Nos finais de semana ele aproveita o fato de acordamos juntos mais tarde para mamar de manhã, durante a preguicinha na cama. Isso não impede que ele tome um belo café da manhã com fruta, pãozinho integral com requeijão (sim, nós amamos requeijão), leite, cereal.

Mamar nunca foi problema para o pequeno se adaptar na creche, embora eu tenha sofrido muita pressão por parte das profissionais, para quem por fim consegui mostrar que a amamentação não era motivo de dependência emocional negativa. Também entreguei para elas a cartilha da OMS sobre alimentação infantil de 0 a 2 anos, para avaliarem na reunião pedagógica, junto a outros materiais, e então consegui ganhar respeito e confiança das funcionárias. Hoje, elas elogiam a conduta do pequeno e o fato dele ainda mamar. Até a diretora confessou que ela mesmo mamou até os 6 anos de idade. Acho que ainda consigo que elas promovam a amamentação prolongada!

Nunca tive muito leite, apenas o suficiente, meus peitos vazaram apenas uma vez. Se não fosse pela força que o pediatra nos deu, a confiança que nos transferiu, ensinar-nos o ‘mamasutra’, o que é livre demanda, eu não teria conseguido superar as pressões externas e teria dado complemento (a curva de crescimento do pequeno sempre foi limítrofe). O grupo de apoio à amamentação e o grupo de pós-parto, foram importantes também. O primeiro, para compartilhar experiências com outras mães que também queriam amamentar, ter a visão das minhas “pares” – muitas sofriam com as indicações desnecessárias de complemento pelos profissionais que as acompanhavam -, e para trocar dicas práticas. O segundo, para perceber que não é o fato de ter um companheiro que nos garante o apoio às nossas decisões de amamentar, de querer dormir coladas nas nossas crias para não ter que levantar da cama a noite toda, e que às vezes o fato de estarmos sozinhas nos faz com que nos tornemos mais práticas para resolver as situações, e que tudo flua segundo a nossa intuição, porque não temos ninguém ‘do contra’ por perto (um salve aos pais paternos que se entregam junto à arte da criação).

Por fim, consegui manter os 6 meses de aleitamento exclusivo. Não foi fácil. Tudo o que conseguia fazer em casa nos primeiros meses (tomar banho, ir ao banheiro, lavar louça, lavar roupa, ler um livro, descansar) era com o pequeno no sling e mamando! Quando ele dormia, varias vezes eu tentava dormir junto, para poder produzir mais leite. Bebia muita água, pois fazia calor, e chá gelado da mamãe ajudava a refrescar e na produção. Recorri muitas vezes às marmitas, porque não tinha tempo de cozinhar para mim. Os amigos eram o exército de salvação, se não vinham nos visitar, lá íamos de sling e cuia pra casa deles. Distrair, sair da “neura” da rotina dentro de casa, me fazia sentir mais tranqüila e relaxar da mamação toda, que acontecia em todo lugar. O Cinematerna era nossa saída romântica, ele mamando no escurinho e dormindo placidamente, toda terça-feira era nosso dia de filme e terapia com as “comadres”. Não foi à toa que a experiência nos fez ganhar uma irmã gêmea, pro pequeno e pra mim!

Voltar ao trabalho não foi nada fácil, mas tive a sorte dele já ter começado com a introdução de alimentos. Disciplinadamente, no horário do almoço, aproveitava para ordenhar, já um mês antes comecei a produzir um estoque no freezer. Conseguia tirar apenas 100ml por dia, e o pequeno sempre se recusou a mamá-los. O pediatra sugeriu então misturar o leite em duas papinhas (50ml e 50ml) salgada ou de frutas: banana, aveia, abacate, rendiam duas mamadas até chegar do serviço. Claro que tinha sucos e papinhas sem o meu leite no meio… à noite ele se esbaldava no peito, nem consigo lembrar quantas vezes acordava, ou ele se servia sozinho. Quando começou a escolinha (a vaga saiu quando ele tinha mais de um ano), para a hora das merendas, todo dia levava leite de grãos, que produzia uma vez por semana e congelava nos mesmos vidrinhos que usei para armazenar o leite materno. Já não conseguia mesmo “ordenhar” nem aqueles 100ml. Ele bebia, na mamadeira que pra ele era um copo diferente, porém igual ao de todos os coleguinhas, mas nessa altura já não atrapalharia a sua preferência pelo peito da mamãe.

Meu filho só começou a ingerir leite de vaca com mais de um ano e meio de idade. Hoje, por uma preferência dele, já toma os preparados da escola na caneca, no café e lanche, como meninão grande que ele é. Tem os mais diversificados gostos alimentares: desde pimentão cru até os tradicionais salgadinhos que aprendeu a comer na festa dos aniversariantes do mês. Consegui segurar a onda com refrigerantes até os 2 anos. Mesmo não comprando em casa, ele consome nas festas, mas sempre tem preferência por sucos, ufa! Come de tudo o que estiver bem temperado. E acho que esse gosto pela diversidade de alimentos tem tudo a ver com o fato de ter e estar mamando. Já que os gostos dos alimentos maternos se imprimem no leite.

Se está sendo fácil toda essa experiência? Não, não é… padeço cansaço crônico até hoje! Se já pensei em desistir? Não, claro que não. Não sei se o pequeno será o meu filho único, e sou das mulheres que vivem cada fase com intensidade e entrega. De fato, eu adoro o ditado que diz: “se está na chuva é pra se molhar”. Por fim, mergulhei por completo! Satisfação garantida!

Fonte: http://www.mamiferas.com/blog/2012/08/amamentar-sozinha-yes-we-can.html

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

E se pudéssemos viver num mundo melhor?


E se pudéssemos ser mais felizes?

E se todos

fossem felizes

para sempre?


Como pediatra e neonatologista, acompanho todos os dias as pessoas acreditando nisso, investindo nesse lindo sonho e tendo filhos. Filhos que esperamos que possam ser pessoas melhores, maiores e cada vez mais felizes. Filhos que possam viver num mundo melhor, mais amoroso, harmonioso e equilibrado. Afinal, a esperança de vivermos outra realidade nos motiva e

nos ajuda a buscar construir uma condição melhor que beneficie a todos. Um mundo respeitoso e amoroso, onde possamos apreciar suas belezas, colher seus frutos, nadar nas suas águas, respirar seu ar puro e compartilhar estas delícias com nossos filhos e amigos sem precisarmos viver a fobia de que este seja o último minuto.

Como pais, como educadores ou, ainda, como pediatras, temos a rara e grande possibilidade de mostrar às nossas crianças como cuidar deste mundo e como nos cuidarmos. O espírito de cuidador garante ao ser humano uma habilidade maior de ser cuidador de si, podendo ser capaz de se alimentar, manter-se saudável, procurar seus amores, se dar prazer. E o que é esperado de uma boa educação é que possamos ajudar as crianças a desenvolverem este espírito de amor-próprio e amor pelo outro, que lhe garanta condições de encontrar este estado especial de bem-estar. Um bom exemplo disso é no momento em que introduzimos os alimentos aos nossos filhos. Nas populações mais antigas, as mulheres mastigam e dão os alimentos retirados da própria boca para seus flhos. Há tanto carinho em preparar esses alimentos para que seus filhos consigam saboreá-los, e devemos lembrar que, para uma criança, os alimentos são percebidos como pedaços do mundo que são engolidos. Como se cada cor, cada textura, cada temperatura proporcionasse uma incrível viagem sensorial refletindo um ensinamento que podemos ser amorosos conosco e com os alimentos, respeitando o que colocamos para dentro de nós, tendo prazer em nos alimentarmos – como seres que vivem e sobrevivem graças à Terra, que nos dá alimentos, água e ar, sendo que se aprende a amar e respeitar o lugar onde vivemos para que possamos alcançar nossas mais nobres metas como humanos.

Falar em sustentabilidade, para mim, é falar de uma situação de independência do ser humano e, ao mesmo tempo, de convívio pacífico e solidário. Vivemos num grupo que deve ser capaz de compartilhar essas coisas tão simples e preciosas que garantem a vida. Por isso, é fundamental na educação de uma criança ensinar o respeito à Terra e aos homens, como condição básica da nossa sobrevivência – sobrevivência com qualidade, com prazer.

Os cuidados ensinados como lavar o corpo são outro bom exemplo. Só é possível por uma experiência deliciosa de deixarmos o convívio com o ar e partirmos para o mundo das águas. A imersão é uma experiência regressiva uterina prazerosa por si e, quando acompanhada de um toque amoroso cedido pelos pais e cuidadores, pode ser um dos melhores momentos do dia. Banhos feitos em balde para recém-nascidos proporcionam uma leveza corporal na água que trazem imediatamente a memória corporal da vida intrauterina. Quanto prazer para este bebê!

Poder viver em paz com o ar, a terra, o fogo e a água. Tão simples, tão especial e, muitas vezes, tão difícil. Quando os cuidadores apresentam um mundo de belezas e respeito ao poder desses quatro elementos, com certeza a vida dessa criança poderá ser mais fácil e gostosa. A magia está em poder lidar com habilidade com eles todos. E é natural que as crianças queiram explorá-los e conquistá-los.

O respeito dos valores que constroem as condições para que possamos fazer opções o tempo todo em nossas vidas. Está aí a impressão que os pais podem oferecer para que seus filhos possam optar pelo que lhes será melhor. E será melhor quando se sentirem bem, fizerem opções que lhes tragam uma relação harmoniosa com o lugar que habitam e com as pessoas que dividem esse mesmo espaço. Percebo nesta possibilidade de trazer valores amorosos para seus filhos a transmissão do ensinamento de esperança que suscitou nos pais o desejo de gerar filhos, completando nesses o ciclo de gratidão e respeito pela vida, seja sua, de seus filhos, de seres vivos e de seu planeta.

Então são amor e respeito que sustentam os valores que projetam esse amor e respeito a outras pessoas, a forma de ganhar a vida, a Terra, na qual vivemos, e reflete em nós como uma grande experiência dadivosa que completa o ciclo da vida e do amor.

Como educadores, como pais, como pediatras, quando ensinamos uma criança a escovar os dentes, manter a torneira fechada e só abri-la quando for usar a água, ao mesmo tempo estamos podendo ensinar que esta escovação pode ser um carinho na sua boca, um gesto de cuidado com seus dentes e um respeito à natureza pelo não desperdício de água.

Isso tudo é muito importante; cada passo deste processo é tão importante quanto o outro.

E acho que devemos ficar felizes por termos esta imensa oportunidade de participarmos ativamente na construção deste tão sonhado mundo melhor. E que todos possam viver felizes para sempre....

— Carlos Eduardo de Carvalho Corrêa

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Estações onde desembarcam as gripes


Por Sonia Hirsch

A leitora me escreve, muito aflita, sobre seu temor de vacinar a filha contra a gripe. "Na escola estão recomendando, mas minha filha é saudável, e eu não sei se devo..."

Lembro logo de um outono, dois anos atrás, que trouxe dias lindos e limpos e também o medo da pneumonia "atípica". Os jornais abriam manchetes sobre (felizmente poucos) casos fatais. Mais de dez laboratórios já estavam pesquisando remédios e vacinas. Cada um de nós acompanhou atentamente a evolução dos fatos, e também dos boatos, que não são confiáveis mas dão muito assunto.

Ficava assim combinada a vida: a qualquer momento podemos sofrer a invasão de um poderoso inimigo. Será? Melhor não. Mas como não?

Escrevi para minha amiga Lena Peres, médica infectologista, que respondeu: “A melhor recomendação é evitar aglomerações, fazer uma boa hidratação e cultivar o contentamento – virtude que aumenta as defesas do organismo.”

Grande sabedoria!

O ar que circula num ambiente cheio de gente não é mesmo lá grande coisa, e pode sim estar cheio de agentes irritantes para as mucosas do pulmão, além de micróbios de todo tipo e tamanho.

Boa hidratação significa água em quantidade, água que limpa, lava, refresca, ajuda a renovar as células e é essencial à vitalidade de todos os tecidos, inclusive respiratórios.

E o contentamento, bem... O contentamento é simplesmente uma das chaves da vida.

Para começar, se há contentamento não há medo. E se não há medo, qual é o problema? Um vírus, por pior que seja, jamais será significativo para a pessoa que está bem. Como disse a doutora, tudo pode ser apenas uma questão de estar com as defesas em ordem. Em se tratando do ser humano, defesa quer dizer zilhões de pequenas células espalhadas por todo o corpo, prontas a neutralizar a ação de qualquer micróbio; mas quer dizer também pensamentos e sentimentos positivos, que reafirmam a confiança na vida e não dão espaço para ansiedade.

Em psicologia é sabido que certas pessoas têm perfil de vítima. Saem à rua tão convencidas de que podem ser assaltadas que atraem o assaltante. Se forem visitar alguém que está com gripe, saem espirrando. “Ué”, alguém vai dizer, “mas isso é comum, gripe pega!”

Pega quem? Quem está predisposto a ser pego, ora essa. E também não pega assim de uma vez. Vai encostando, dá uma indisposição, uma vontade de se enfiar na cama, um friozinho, uma leve dor de garganta – e aí é que se vê quem comanda o barco. “É na tempestade que se conhece o timoneiro”, diz o ditado. Se o corpo está dando todos os sinais de que precisa descansar, e a gente não descansa, está querendo gripe.

Se, ao contrário, a gente respeita o que está sentindo e descansa, toma um caldinho quente, se agasalha, corta os excessos e fica contente por poder fazer isso, em pouco tempo tudo vai bem de novo. Foi dada ao organismo a oportunidade de se auto-regular, e ele agradece.

Alimentação pobre em nutrientes e rica em gorduras, laticínios, açúcar, produtos químicos, álcool e toxinas; stress, falta de sono, falta de atividade física, falta de afeto e outras emoções nutritivas; e exagero nas temperaturas artificiais, como o ar-condicionado gelado, tudo isso nos desregula. Ainda mais no outono, cujo ar mais seco favorece gripes, tosses, resfriados. Um vento fresco sopra de repente e pede sempre um casaquinho ou uma écharpe para não entrar pelos ombros e atingir o interior do corpo. É hora de colocar mais uma colcha na cama, e meias de algodão para dormir com os pés quentinhos.

Gripes acontecem quando o estado geral de cansaço, poluição e muco interno transborda. As mucosas já estão inflamadas. É isso o que dá oportunidade ao pobre do vírus, coisinha ridícula que nem corpo tem, e a bichos maiores e mais ocultos, diria mesmo ocultíssimos, como lombrigas, amebas, giárdias, solitárias, estrongilóides, oxiúros, tricuros, fascíolas e muitos mais, que se estabelecem em qualquer parte de nós e se multiplicam, com larvas que muitas vezes atravessam o delicado tecido do pulmão e coisas piores. Qualquer pneumonia sem causa óbvia obriga a investigar a "síndrome de Loefler", ou: presença de infecção por helmintos possivelmente afetando o pulmão.

Na medicina tradicional chinesa o outono é a estação dos pulmões, que dão ritmo e ordem à vida – ou depressão e melancolia, se estiverem fracos e sem energia. Reina a força de Metal, que tem a ver com tesouros e colheitas. Estação muito boa para concentrar os esforços, concluir processos e... tratar dos vermes, já que pulmões e intestinos trabalham juntos. O inverno é a estação dos rins e da bexiga, que podem ser energizados com caldos quentes, raízes como cenoura, nabo daikon e bardana, uma camiseta regata por baixo de qualquer roupa, uma faixa de algodão, lã ou seda em torno dos rins. Não é a melhor época do ano para frutas e saladas, menos ainda para sucos.

Outono e inverno são tempos de maturidade. A capacidade de realização do ser humano se apresenta como tranquilidade, paz, confiança nos processos de renovação da natureza. A gente olha para dentro e reconhece quem é. Faz o que tem que fazer e fica contente. Pronto.