segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amamentar...

Arquivo: Lauriza e Alexandre

Nosso filho Alexandre teve restrição de crescimento e nasceu com 2.550 kg no dia 16 de novembro de 2011. Logo procuramos um pediatra para acompanhá-lo e encontramos um homeopata bastante recomendado, até famoso na mídia, que me ensinou a amamentar com hora marcada, 10 minutos em cada peito.

Mesmo pesquisando muito sobre amamentação, não entendi o que realmente era correto, mas como confiei nesse médico, segui sua orientação e amamentei dessa forma. Coloquei um despertador e a cada 2 horas Alexandre mamava. Era difícil e desgastante, parecia fugir do natural, que seria amamentar quando ele pedisse. Senti que ele sugava devagar, muitas vezes dormia antes de completar os 10 minutos, mas achei que era normal, não tinha experiência nenhuma.

Voltamos ao mesmo pediatra após 7 dias e descobrimos que nosso filho engordou apenas 30 gramas, o normal seria engordar esses 30 gramas em 1 dia. A primeira coisa que o médico fez, antes mesmo de saber se a amamentação estava correta, foi receitar plasil para mim e um leite artificial na mamadeira para nosso bebe.

Achei um absurdo e fiquei muito preocupada, pensei não ter leite suficiente e busquei todas as 'possibilidades' para aumentar a sua produção, desde tomar água de coco até comer rapadura e todas as dicas que vemos por ai. 

Sempre fomos totalmente contra alimentos artificiais, principalmente dos leites em pó feitos de gordura vegetal hidrogenada, 100% artificiais. Não queria que nosso filho apenas engordasse, queria que se desenvolvesse de forma saudável e jamais usasse uma mamadeira, já tinha me informado sobre isso e sabia o quanto seria prejudicial.

Antes de estar convencida de questionar o tratamento urgente desse médico, meu marido já decidiu que não seguiríamos a prescrição. Todo esse desespero o bebê sentia, não dormíamos a noite, passávamos o dia pensando e muito perdidos. Não confiamos no tratamento, mas nosso bebê continuava pequeno, abaixo da linha mais baixa das curvas de crescimento, com todos os riscos assustadores e simplesmente não tínhamos alternativa. Continuamos pesquisando e para nossa salvação encontramos o blog do Dr. Cacá.

Explicamos nosso caso e ele nos atendeu já no dia seguinte e apesar de ser um encaixe, o Cacá e a Andréa nos acolheram por várias horas, com tranquilidade e atenção, sem pressa e com real interesse de nos entender.

De repente tudo fez sentido, antes éramos nós contra a opinião médica e de todos ao nosso redor. A partir de então, era um médico nos dando a segurança que tanto precisávamos para fazermos o que nós, como pais, sentíamos ser o certo. 

O Dr. Cacá, diferente do outro pediatra, segurou nosso filho com atenção, conversando, olhando nos olhos e nos convenceu pela primeira vez que nosso filho era normal. A Andrea acompanhou a amamentação com tanto carinho e atenção, me deixando tão segura, tranquila e em paz, que o Alexandre mamou como nunca.

Saímos de lá em paz e confiantes.

Alexandre mamava quando e quanto queria, livre demanda, naturalmente.

Passou a dormir na nossa cama, sentia mais segurança, dormia melhor e consequentemente mamava muito mais. Comecei a usar o Sling, só deixava ele de fralda dentro da minha blusa, pele a pele, assim ficamos mais ligados um ao outro. Participamos do grupo de amamentação com a Andrea e aprendemos muito trocando experiências com outros pais. Segui todas as suas dicas e 1 mês depois voltamos para pesar o Alexandre que engordou 800g!
 
São tantas coisas que temos a agradecer ao Cacá e à Andrea, que nem conseguiríamos escrever aqui. Antes o nosso sofrimento era enorme, eu amamentava tensa, não conseguia me alimentar bem, era só medo e angustia. Nunca esqueço quando o Cacá percebeu meu desespero e disse que também é prazeroso ser mãe.  Desde que me tornei mãe, eu não sabia o que isso realmente significava até esse momento. Senti-me segura pela primeira vez com meu filho. Sabia que tudo daria certo. Foi muito importante ter alguém que me transmitisse essa segurança e tranquilidade. 
 
Alguém que atendeu nosso filho e não mais um bebê que estava abaixo das curvas. O peso de nosso filho ainda estava abaixo da curvatura, mas aumentava gradativamente, porém nunca mais sentimos a mesma insegurança. Entendemos que essa era a curva dele. Alexandre era muito agitado, se mexia bastante, tentava se arrastar, virava no berço desde os primeiros dias no hospital. Queimava muita caloria e até hoje, mesmo comendo de tudo, além da amamentação, com 1 ano de idade é assim. Se mexe o tempo todo, inclusive quando mama, pula, engatinha por todo lado, na piscina e na banheira bate pernas e braços o tempo todo. É acima de tudo, uma criança alegre, corada, vivaz, inteligente e podemos dizer com toda certeza, um bebê saudável e feliz. 
 
A natureza é perfeita, somos o resultado evolutivo que deu certo, mas às vezes precisamos que alguém nos olhe nos olhos e nos diga o óbvio para podermos seguir com segurança e tranquilidade.
 
Se alguém estiver passando por uma situação parecida e precisar conversar, pode entrar em contato conosco.
 
 
Lau e Paulo