quinta-feira, 28 de março de 2013

Pais estão incluindo sólidos cedo demais na alimentação dos bebês


Especialistas alertam que isso pode aumentar o risco de obesidade e diabetes nas crianças 

CLAUDIA BORGES EM 26/03/2013 17:53, EM NUTRIÇÃO E SAÚDE
Crédito: Thinkstock
Uma nova pesquisa norte-americana revelou que muitos bebês estão consumindo alimentos sólidos muito antes do recomendado pelos médicos. De acordo com o estudo feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 93% das mães estão incluindo opções sólidas na alimentação dos seus filhos antes deles completarem seis meses de idade.
Esse hábito pode aumentar o risco de obesidade, diabetes e doença celíaca nas crianças, segundo os pesquisadores. A indicação dos médicos é de que os bebês sejam incentivados a começar uma alimentação sólida a partir de seis meses de idade e não antes disso.
A pesquisa mostrou que 40% das mães pesquisadas cometem esse erro ainda mais cedo, introduzindo esses alimentos antes mesmo da criança completar quatro meses, enquanto 9% ofereceram sólidos para bebês que tinham menos de um mês de idade.
As avaliações revelaram que as mães mais jovens, com situação financeira prejudicada e que tiveram menos acesso à educação eram mais propensas a introduzir a alimentação com sólidos cedo demais para os seus bebês.
Segundo os especialistas, algumas das razões para isso acontecer é que alguns pais acham as fórmulas de leite em pó caras demais e também tem em mente o mito de que os bebês dormem melhor quando alimentados com refeições mais pesadas.
Porém, os pesquisadores alertam que os próprios profissionais de saúde podem ser responsáveis por essa medida por indicarem para as mães começarem a dar alimentos sólidos para as crianças, como afirmou Kelley Scanlon, uma das líderes do estudo: "Isso, para nós, indica que os profissionais de saúde devem fornecer uma orientação mais clara".
Quando perguntado por que elas tinham começado a introdução de alimentos sólidos, o motivo mais comum entre as mães foi o de que seu bebê tinha idade suficiente. Outras disseram que fizeram isso porque seu filho parecia estar com fome ou queria comer o mesmo que os pais estavam consumindo.
Os pesquisadores também descobriram que as mães cujos bebês foram alimentados com leite de fórmula, ao invés de leite materno, eram muito mais propensas a oferecer sólidos muito cedo do que aquelas que amamentaram exclusivamente.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Bebês estão sendo superalimentados com leite em pó, diz OMS.


Muitos bebês estão sendo superalimentados nos primeiros meses de vida, segundo um estudo produzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo da OMS foi feito em seis países, incluindo o Brasil

Novos dados levantados pela organização mostram que as tabelas de crescimento superestimaram o peso que os bebês devem ganhar na fase de crescimento, o que teria levado ao uso excessivo do leite em pó.

Segundo a pesquisa da OMS, que analisou 8.440 crianças em seis países, incluindo o Brasil, as tabelas de crescimento usadas por profissionais da saúde estão erradas.

O resultado mostra que os bebês que são amamentados apenas por leite materno são mais magros e mais altos do que aqueles que tomam leite em pó, mas os cientistas dizem que isso é perfeitamente saudável e é a maneira que os bebês devem crescer.

A OMS descobriu que o peso ideal para bebês de 2 anos ou 3 anos estava de 15% a 20% mais alto nas tabelas de crescimento usadas pela organização.

As tabelas sugerem que crianças de um ano pesem entre 10,2 kg e 12,93 kg, quando na verdade deveriam pesar entre 9,53 kg e 11,79 kg, de acordo com a OMS.

Os pesquisadores dizem que a superalimentação das crianças pode explicar em parte por que a atual geração de adultos é a mais obesa de todos os tempos.

A OMS disse ainda que vai publicar novas tabelas de crescimento até o final do ano.

Dieta

As tabelas atuais de crescimento de crianças são baseadas em estudos feitos com bebês que se alimentavam de leite em pó há mais de 20 anos.

Essas pesquisas sugeriam que os bebês que eram amamentados exclusivamente do leite materno normalmente não cresciam de maneira adequada nos primeiros meses porque ganhavam peso em uma velocidade menor.

Por isso, as mães eram aconselhadas a suplementar a dieta das crianças com leite em pó ou até mesmo trocar a amamentação por completo.

No entanto, nos últimos anos ficou comprovado que o leite materno tem a melhor combinação de nutrientes para o crescimento de uma criança.

Crescimento

"Os novos padrões oferecem uma melhor descrição do crescimento psicológico e estabelecem que a amamentação das crianças é a regra biológica", diz Mecedes de Onis, uma das pesquisadoras da OMS.

Segundo Prakash Shetty, chefe do planejamento nutricional do Fundo para Agricultura e Alimentos das Nações Unidas (FAO), as novas recomendações significam que as calorias ingeridas diariamente pelas crianças devem ser 7% menor do que os níveis recomendados atualmente.

"Se você analisa as necessidades dessas crianças que são alimentadas exclusivamente de leite materno, é possível perceber que elas precisam de menos calorias do que aquelas que se alimentam de leite em pó", diz Shetty.

Ele também afirma que a maneira que a ingestão de calorias é medida deveria ser mudada, inclusive para adultos.

Em vez de ter quantidades diferentes para homens e mulheres, as pessoas deveriam ser aconselhadas de acordo com a energia que elas gastam diariamente.

Uma pessoa que fica o dia todo sentada e não faz qualquer exercício deve consumir menos que 1,7 mil calorias - um número bem menor do que as de 2 mil calorias para mulheres e 2,5 mil para homens recomendadas atualmente.

Uma mudança também aconteceria para uma pessoa que faz muitos exercícios, que deveria passar a consumir cerca de 4 mil calorias por dia.



sexta-feira, 22 de março de 2013

Crianças proibidas de ver

Foto/arquivo: Espaço Nascente
Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo 

Muito otimistas, os seres humanos associam a palavra novo à palavra melhor. Gostamos de descrever as mudanças na nossa vida como "o progresso da humanidade". 

Mas o novo não é sempre melhor. A redescoberta dessa afirmação óbvia é uma das novidades deste início de século e tem aumentado nosso interesse pelo modo de vida nas sociedades ditas primitivas. Você segue a dieta do caçador ou é vegetariano? Que tal corrermos descalços? Educar em casa ou na escola? E o colchão, não deveria ser mais duro?

Nosso passado é longo. Os ancestrais do Homo sapiens surgiram 1 milhão de anos atrás. Durante os primeiros 800 mil anos viveram coletando o alimento de cada dia, todo dia, o dia todo. Vagavam pelas estepes e florestas africanas, fugindo dos predadores. Nós, os Homo sapiens, surgimos faz aproximadamente 200 mil anos e somos descendentes dos indivíduos que sobreviveram a esta intensa seleção natural que durou 800 mil anos. 

Nestes últimos 200 mil anos, ainda passamos 185 mil deles vivendo em pequenos grupos, coletando raízes, caçando, pescando, nos espalhando por diversos continentes. Os nossos antepassados que sobreviveram a esse tipo de vida descobriram a agricultura e domesticaram os animais faz 15 mil anos. Neste período, passamos 10 mil anos em pequenas vilas. Faz talvez 5 mil anos que nos organizamos em cidades maiores e somente há 200 anos ocorreu a Revolução Industrial. 

Nesta história de 1 milhão de anos, o passado recente não é a Revolução Francesa ou a locomotiva a vapor, como insistem os currículos escolares. O ontem é o fim da Idade da Pedra, a organização social de tribos nômades e o modo de vida dos primeiros agricultores. O carro e a internet surgiram faz alguns segundos. 

O novo livro de Jared Diamond, The World Until Yesterday (O Mundo Até Ontem, em tradução livre), é sobre esse ontem e sobre o que ele pode nos ensinar. São 500 páginas de observações fascinantes. Aqui vai um aperitivo para aguçar seu apetite. 

Nas sociedades tradicionais, as crianças, antes de aprenderem a andar, são carregadas pelas mães. Em todas as culturas tradicionais, logo que a criança consegue firmar o pescoço, ela é transportada na posição vertical. Pode ser nas costas ou na frente da mãe, seja com o auxílio dos braços ou utilizando dobras das roupas ou artefatos construídos para esse fim. 

Nessa posição, o campo visual da criança é aproximadamente o mesmo da mãe. Ela olha para a frente e pode observar todo o ambiente em sua volta praticamente do mesmo ângulo e da mesma altura da mãe. O horizonte, as árvores, os animais e seus movimentos são observados pela criança da mesma maneira que a mãe observa seu ambiente. Quando um pássaro canta e a mãe vira a cabeça para observar, a criança também tem uma chance de associar o canto do pássaro à sua plumagem. A criança observa o trabalho de coleta de alimento da mãe, como ela prepara a comida, o que a assusta, o que provoca o riso ou a tristeza na mãe. Carregar uma criança na posição vertical faz parte do processo de educação. 

Isso era ontem. E como é hoje? Inventamos o carrinho de bebê. As crianças menores são transportadas deitadas de costas, olhando para o céu (ou para a face da mãe). A criança não compartilha a experiência visual da mãe, não consegue associar as expressões faciais da mãe a objetos e sentimentos. Os sons ouvidos pela criança dificilmente podem ser associados a experiências visuais, atividades ou sentimentos. Deitadas, as crianças modernas só observam o teto (dentro de edifícios) ou o céu (ao ar livre). 

Como o céu é claro e incomoda a vista, muitos desses carrinhos possuem uma coberturas de pano, o que restringe ainda mais o campo de visão e empobrece a experiência visual da criança. Não é de espantar que um bebê, cujos ancestrais foram selecionados para aprender a observar o meio ambiente desde o início de sua vida, fique entediado. Mas para isso temos uma solução moderna: uma chupeta que simula o bico do seio da mãe. Hoje, carregar uma criança é considerado um estorvo, mas nossa nova solução distancia fisicamente a criança da mãe e não permite que elas compartilhem experiências sensoriais. Transportar uma criança deixou de fazer parte do processo educacional. 

Hoje sabemos que o desenvolvimento do córtex visual, a parte do cérebro que processa imagens, não termina durante a vida fetal, mas continua após o nascimento e depende do estímulo visual constante para amadurecer. Os carrinhos de bebê de hoje são mais novos, mas será que são melhores? 

É incrível, mas hoje, numa época em que educar para o futuro é o lema de toda escola, numa época em que tentamos alfabetizar as crianças cada vez mais cedo, abandonamos o hábito milenar de permitir que as crianças olhem para a frente e compartilhem as experiências vividas por suas mães. 

*Fernando Reinach é biólogo. 

MAIS INFORMAÇÕES: JARED DIAMOND, "THE WORLD UNTIL YESTERDAY. WHAT CAN WE LEARN FROM TRADITIONAL SOCIETIES". VIKING 2012 




segunda-feira, 18 de março de 2013

Carinho dos pais na infância molda o cérebro das crianças


Neurocientista Suzana Herculano-Houzel explica como o afeto familiar determina as reações dos filhos diante do estresse, conflito e frustração.
Fernanda Aranda- iG São Paulo | 14/03/2013 11:15:38

O cérebro não nasce pronto. Além da genética, as experiências vivenciadas nos primeiros três anos de vida são determinantes – até mais do que os genes - para moldar o funcionamento cerebral diante de situações estressantes, desafiadoras e frustrantes.
Quem avisa é a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, uma das principais estudiosas da “mente das crianças” do País. Segundo ela, dados científicos comprovam que o carinho dos pais, recebido na primeira infância (período entre 0 e 5 anos), é o grande responsável por reações cerebrais - às vezes só manifestadas na vida adulta.
Thinkstock/Getty Images
"Apesar de ser muito mais marcante na infância, o carinho sempre influencia. Nunca é tarde para começar", afirma a neurocientista Suzana H. Houzel
Em palestra realizada na sede da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (entidade que elabora programas voltados à população infantil), em São Paulo, Suzana explicou como as doses de afeto são receitas de sucesso para arquitetar um cérebro sadio no presente e no futuro. “Receber ou não carinho modifica para sempre como o cérebro vai reagir diante do estresse e da frustração”, afirma.

Leia as principais conclusões da especialista, que é autora de cinco livros, professora e coordenadora do Laboratório de Neuroanotomia comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ):
A formação do cérebro
“As crianças não são adultas por dois motivos principais: o primeiro é que elas não têm a experiência trazida com o passar dos anos. O segundo fator é o cérebro infantil. O órgão não nasce pronto, é menor e mais leve do que o cérebro de um adulto. Até o terceiro ano de vida, é o período em que o cérebro mais cresce e ganha peso. Uma das explicações para o crescimento cerebral é que, neste intervalo de anos, há maturação das conexões entre os neurônios, o que faz o peso da massa encefálica aumentar, ficar mais densa. Este processo é determinante para o bom funcionamento do cérebro.
Durante este amadurecimento cerebral, a criança tem uma capacidade de aprendizado rápida e impressionante. É o período em que elas aprendem a detectar sons, enxergar e constituir habilidades, das mais variadas. Por exemplo: todos nascemos com plena capacidade de aprender qualquer idioma. Capacidade esta que vamos perdendo ao longo da vida.”
Várias pesquisas científicas compravam o carinho físico, o toque e o contato como um moldador cerebral que torna a criança mais hábil e com o sistema de proteção orgânico mais forte.

Influências na formação cerebral
“Este período de crescimento do cérebro é chamado de período crítico. Todo e qualquer processo de aprendizado, sendo criança ou adulto, exige a repetição, por meio da tentativa e do erro. Mas nos primeiros anos de vida, o cérebro compreende mais rápido como reagir, sem precisar de tantas tentativas assim. Para criar um comportamento e uma reação padrão diante de algum estímulo - que pode ser um barulho, um estresse, uma sensação de medo, de solidão ou de felicidade - não é preciso repetir tantas vezes.
Neste contexto, é claro que a genética influencia em nossas habilidades e características. Mas a vivência da criança e os exemplos que ela tem dentro de casa são fundamentais para a criação deste comportamento. A capacidade de linguagem de uma criança, por exemplo, é intimamente ligada ao vocabulário da mãe, às palavras que ela fala com o bebê, só para citar um exemplo da influência do ambiente no desenvolvimento do cérebro infantil.” 

O poder do carinho

“Sabendo desta influência tão significativa do exemplo no período de aprendizagem, o estímulo dos pais dados à criança durante a primeira infância é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de habilidades. Não só isso. O comportamento também é moldado nesta fase. Se a mãe faz de qualquer probleminha um problemão, o cérebro da criança aprende a reagir de forma estressada a qualquer situação. Isso significa que o perfil de reação ao estresse na fase adulta é aprendido e traçado na infância. São vários fatores que moldam esta reação cerebral. Pode ser influenciada, negativamente, por violências físicas ou verbais vivenciadas logo nos primeiros anos de vida. Uma mãe que grita demais ou age em descontrole passa a mensagem para o filho de que ele deve agir desta maneira quando não conseguir fazer alguma coisa.
A boa notícia é que o carinho também molda o cérebro. São várias pesquisas científicas que compravam o carinho físico, o toque e o contato como um moldador cerebral que torna a criança mais hábil e com o sistema de proteção orgânico mais forte. Isso acontece por causa da ocitocina, um hormônio altamente influente na formação cerebral, que é produzido durante a amamentação e liberado também no abraço, no beijo, na massagem. A ocitocina é responsável por fazer com que o cérebro produza a capacidade de vínculo e acalma todas as partes cerebrais acionadas em situações estressantes. O que é uma ótima prevenção da ansiedade e outros transtornos de comportamento que, às vezes, só se manifestam na vida adulta. Receber ou não carinho modifica para sempre como o cérebro vai reagir diante do estresse e da frustração. Mas apesar de ser muito mais marcante na infância, o carinho sempre influencia. Nunca é tarde para começar.”



sexta-feira, 15 de março de 2013

Sobre a responsabilidade de cada um...

Foto: Google Imagens

Por Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá.

Desde que descobri aconselhamento, um poderoso instrumento para lidar com situações difíceis em aleitamento materno, descobri a importância de auxiliar as mulheres a fazer o que elas quisessem como forma de alimentar seus bebês. Confiar na capacidade e no poder de escolha de cada um. Dar informações relevantes, mas compreender que a decisão final não é minha. Simples e difícil assim!

Meu trabalho como pediatra mudou bastante desde então, sendo aconselhamento uma ferramenta constante neste trabalho. Não se trata de dar conselhos. Tem muito mais a ver com aprender a ouvir.

Criar condições num diálogo para que o outro possa falar abertamente, sem meu julgamento prévio. Dar condições para que o outro tenha direito de se expressar. E ter sabedoria para poder ouvir sem preconceito.

O interessante é que desde então, frequentemente escuto pessoas falando no consultório que eu não respondo nada. Não é exatamente isto que eu esperava ouvir. Afinal não me cabe tomar a decisão, mas eu poderia dar informações para que ela seja tomada. Será que então não consegui cumprir meu objetivo?

Por outro lado penso que no modelo medico clássico uma pessoa vira um paciente, e esta deveria sair com uma receita da consulta. Será que então ando frustrando a expectativa de pessoas que buscam a receita?

Nestes tempos em que se discutem tanto as intervenções médicas desnecessárias fico aflito em perceber que por não ser intervencionista, passo por omisso.

Aonde para a discussão sobre intervencionismo?

Parece-me que na dificuldade de assumir a responsabilidade de fazer escolhas. Ter opção! Ter voz!

Quando consigo entender o motivo da consulta, posso dar informações úteis e auxiliar na decisão do casal sobre as necessidades de seu filho. Não devo permanecer mudo ou não responder a questões feitas, mas não sou o dono da verdade. Devo dar informação suficiente para a tomada de decisão.

E então voltamos a falar de liberdade de escolha e de responsabilidade de escolha. Será que no fundo o que se espera de um medico é uma resposta objetiva e clara do tipo faça isto que é o correto. Está aqui tua receita mágica e infalível.

Bom, sei lá, para mim anda difícil ser este médico. Ainda acredito que o meu papel é ouvir e dividir a responsabilidade sobre uma decisão.

A mágica na consulta baseada em aconselhamento é a oportunidade da troca de conhecimento. Desconstruir o papel do dono da verdade, da informação. Considerar o outro capaz, dono de um conhecimento válido e importante. Estabelecer um diálogo. Ainda acredito neste caminho.



quinta-feira, 14 de março de 2013

Espaço Nascente comemora seu aniversário com semana especial de atividades gratuitas para toda a família

Foto/arquivo: Espaço Nascente
Na semana em que celebra seus dois anos de inauguração (http://espaco-nascente.blogspot.com.br/2012/03/nasce-o-espaco-nascente.html), o Espaço Nascente abre as portas para receber pais, mães, bebês e famílias em uma programação especial. 

De 21 a 27 de março de 2013, serão oferecidas atividades gratuitas que incluem encontros em grupo para gestantes e mães no pós-parto, encontro sobre amamentação, aulas de yoga para gestantes e bebês, vivências de música, massagem e acupuntura e serviço de máscara de gesso para a barriga (para gestantes). E ainda haverá a exibição de um documentário com debate sobre alimentação infantil e uma oficina de banho relaxante com aromaterapia para bebês. 

Vai ser uma semana intensa e prazerosa, como foi nosso ano que passou (http://espaco-nascente.blogspot.com.br/2012/12/espaco-nascente-celebra-2012-e-da-boas.html), para comemorar o que experimentamos e vivemos juntos até aqui e também para darmos as boas vindas a mais um período em que ofereceremos acolhimento, reflexão e diversão para as famílias que recebemos aqui”, afirma o coordenador do espaço, o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, conhecido como Cacá. 

A programação da semana especial de aniversário está disponível no blog do Espaço Mascente e pode ser consultada a seguir. As atividades são gratuitas e serão oferecidas pela equipe de colaboradores do espaço (http://espaco-nascente.blogspot.com.br/p/equipe.html). É necessário realizar inscrição prévia (com exceção para a Slingada, que é aberta). 

Ao final da semana, serão sorteados diversos brindes para aqueles que frequentarem as atividades e se inscreverem nos sorteios presencialmente, com a organização do evento. 

Semana especial de aniversário Espaço Nascente 
De 21 a 27 de Março de 2013 

Rua Grajau, 599 (Próximo ao metrô Sumaré) São Paulo - SP 

Inscrições e informações: (11) 3672-6561 / (11) 2548-6383 



Programação

Data
Horário
Atividade
21/03/13
13:30 às 16:00

Plantão da Slingada e Fraldada Especial
22/03/13


11:00
Acalanto Especial: vivencia musical na gestação e pós-parto, com Isadora Canto
14:30
Vivência de massagem em bebês, com Priscila Castanho
25/03/13
14:00

Grupo para mães no pós-parto especial: Sobre os ciclos da vida e seus (re)começos: O Pós parto como renascimento. As dores e as delícias de (re)nascer.
16:00 
Vivência de Acupuntura para bebês, com Tatiana Rodello
18:00
Máscara de barriga, com Marina Lettis
18:30
Aula de yoga para gestantes, com Vivi Cabral
19:30
Grupo de gestantes especial. Tema: Do parto ao nascimento.  Participação Dra Betina Bittar (obstetra) e Dr Carlo Eduardo Corrêa, Cacá (pediatra).
26/03/13

11:00
Oficina para pais: “A arte de contar história” com a Elenira Peixoto.
14:00

Encontro sobre amamentação especial. Tema: Volta ao trabalho, com Andrea dos Santos.
16:00

Cine Nascente. Exibição do documentário “Muito além do peso”, com moderação de Daniela Pane.
27/03/13

11:00
Vivência de baby yoga, com Vivi Cabral
14:00
Oficina de Ôfuro do bebê com aromoterapia (máximo de oito bebês), com Laysa Duch.
15:30
Musicalização: “Tocar, cantar e confeccionar um instrumento musical para o bebê”, com Edsangela Holanda.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Todas as mulheres tem leite?

Foto: Google imagens
Por Dr. Carlos González 


Todas as mulheres têm leite? Claro que não! Existem mulheres que não têm insulina, que não enxergam, que não podem caminhar… como não existem mulheres sem leite? 

A glândula mamária é um órgão e pode sofrer doenças, o mesmo que o coração ou que os rins, pode funcionar mal ou deixar de funcionar. 

O que não pode ser é que existam tantas mulheres sem leite como pensam. Poucas mães deixam de dar o peito porque querem. A maioria o faz "porque o leite foi embora" ou "porque o bebê ficava com fome" ou "porque meu leite não era bom". Não é possível que a metade ou o terço de mulheres não tenham leite, não é possível que seus peitos não funcionem. Se fosse verdadeiro, estaríamos ante a mais terrível epidemia que a humanidade viveu. 

A hipogalactia – escassez de leite – deveria ser uma doença tão rara como qualquer outra, digamos como a diabetes ou a hipertensão. Bem visto, deveria ser muito mais rara. Por uma parte, a seleção natural não atua contra a hipertensão. Uma mulher hipertensa pode ter tantos filhos vivos como uma mulher normal. Ao contrário, a seleção natural é implacável com a hipogalactia: se a mãe não tiver leite, seus filhos morrem salvo que sejam adotados e amamentados por outra fêmea – o que é enormemente raro na natureza. Faz apenas um século que os bebês começaram a sobreviver sem o leite materno. 

Por outra parte, diabetes pode ter em qualquer um: uma menina, um ancião, uma mulher com graves deformações genéticas. Mas nenhuma delas pode ter hipogalactia. Para saber se você não tem leite, primeiro você necessita de um bebê. Uma mulher com idade fértil (em teoria ente uns 12 a 55 anos, mas quase sempre entre 18 e 40, a melhor idade da vida) suficientemente saudável de corpo e de mente para ficar grávida e dar a luz… Estamos falando de mulheres com uma excelente saúde. E é muito azar que justamente o peito não lhes funcione. Pode ocorrer, é certo, mas é muito raro. Tanto que há de descartar primeiro todas as demais possibilidades. 

O problema é que a nossa sociedade não confia na lactância. Chegamos a pensar que o normal é não ter leite e que se alguma tem, é só por a mais extraordinária das coincidências, Quando você pergunta a uma grávida quanto tempo pensa em dar o peito, raramente responde algo concreto, "três meses" ou "um ano e meio". Muitas vezes dizem: "enquanto possa" ou "enquanto tenha leite". Não acreditam que dependa delas, que possa tomar a decisão e levá-la à prática, acreditam que são um brinquedo do destino. Quando minha esposa dava o peito, suas amigas não lhe perguntavam: "como você consegue?" "me explica como se faz?", "eu também quero dar o peito a minha filha!". Ao contrário: "Que sorte você tem! Você tem leite! Quem dera eu tivesse tido leite também"… 

A insegurança é tão grande que, passe o que passe, a mãe costuma pensar que não tem leite. Se o peito está vazio é "porque não tem leite", mas se está "cheio é porque o bebê não mama" e provavelmente com razão, porque o "leite deve ser mal". Se o bebê pede o peito com muita frequência, é porque "está passando fome", mas se dorme muito é que "como não sai nada". Se engorda pouco é que "necessita de uma mamadeira", mas se engorda muito "não terá bastante com o peito". Os peitos pequenos "não servem", mas os grandes, também não. Se a mãe foi criada com mamadeira, "é que em minha família não temos leite", mas se a avó ou a bisavó amamentou a sete filhos: "Quem dera eu tivesse leite como minha avó, que depois de dar o peito aos seus sete filhos, adotou uma órfão durante a guerra e lhe deu também." Mas, claro, as "mulheres não temos leite". Em conclusão, não existe nenhuma circunstância que faça exclamar às mães: "Tenho muito leite". 

Na imensa maioria das vezes em que a mãe acredita que não tem leite, na realidade não existe nenhum problema. Estatisticamente, é mais provável ganhar a loteria que ter hipogalactia. Nem os peitos murchos, nem o bebê que se desperta pela noite, nem um aumento de peso que alguém comentou que é pouco, mas na realidade é normal, nem que não aguenta três horas, indicam falta de leite. 

GONZÁLEZ, C. (2009). Comer, Amar, Mamar. Madrid: Temasdehoy, p.369-371.




quarta-feira, 6 de março de 2013

Aleitamento: o empoderamento das mulheres no pós-parto.

Foto/Arquivo: Fafi e Geandre, pais do Guido.
Por Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá (Pediatra e Neonatologista). 

Acho interessante fazer uma reflexão sobre como a lógica do parto normal versus cesárea se aplica ao aleitamento materno. Cada vez mais assisto a situação de desempoderamento das mulheres quanto à forma de alimentação de seus filhos, principalmente quando eles não correspondem a média de peso mesmo que cresçam em estatura. Porque este empoderamento não continua no pós-parto? O que está faltando? 

Neste momento que se discute tanto os direitos da mulher, de escolha de acompanhante, direito de um parto respeitoso... Não deveríamos continuar buscando o direito de alimentar seu filho de forma respeitosa e favorecedora de formação de um vínculo familiar mais forte, sendo o aleitamento materno um excelente caminho? 

Deveríamos discutir intervenções médicas desnecessárias como complementação por fórmula que cada vez assisto mais, mesmo num contexto de humanização de assistência. 

Assim como o parto natural é a forma fisiológica e portanto natural de trazer os bebês ao mundo, sugiro uma reflexão. Quando uma mulher é convencida da sua incapacidade de alimentar naturalmente sem que o motivo seja válido estamos no mesmo contexto de violência contra a mulher. A proteção à amamentação é tão importante quanto sua promoção e criar meios para as mulheres se informarem e se fortalecerem quanto à decisão de amamentar, sem cair na historia da curva média de peso considerando todos como média poderíamos acrescentar esta questão como direitos das mulheres de opção, decisão, baseados em princípios menos ortodoxos e reducionistas. 

Não considero o preparo das mamas necessário para o sucesso da amamentação. Porem preparar as mulheres para o que vem no pós-parto pode ser importante. Informá-las das pressões sociais e médicas que sofreram na amamentação pode ser poderoso como preparo para conter uma ação intervencionista desnecessária. 

Quando nasce um bebê nasce uma família. Esta necessitará ser empoderada continuamente nas diversas fases de desenvolvimento familiar.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Venha dar um banho de ofurô com ervas no seu bebê!

Clique na imagem para ampliar

Há milhares de anos o homem usa as ervas aromáticas e medicinais para gerar saúde, melhorar o aroma e sabor dos alimentos e no auxílio da prevenção e cura de diversos males.

No pós parto, a mulher entra na quarentena, época de recuperação deste processo tão forte e milagroso que é a gravidez e o parto. Este é um momento de recolhimento, recuperação, cuidados e total doação a este pequeno ser que invade com tanta força a vida da família, em especial da mãe.

As ervas aromáticas e medicinais podem ser grandes aliadas nesta hora. NoWorkshop Ervas Aromáticas e Medicinais para a Saúde do Bebê e da Mamãe vamos abordar alguns temas interessantes:

Conteúdo: 

- O nascimento - do mundo aquático para o mundo terrestre; 
- O bebê como ser sensorial - as primeiras experiências; 
- O começo – cuidados iniciais com a delicada pele do bebê – cuidados com a  mãe no pós parto; 
- Ervas para a saúde da mamãe e do bebê: camomila, calêndula, tansagem, rosa, aveia, bálsamo, lavanda, algodão, beldroega, babosa, mil em rama/novalgina; 
- Óleos essenciais para banhos e massagens; 
- Manipulação caseira de preparados com ervas – chás, banhos, banhos de assento, óleos para massagens. 

Vamos tomar banho?  

Data: 09/03/2013
Horário: das 10h às 12h30, no Espaço Nascente.

Investimento: 100 reais

Informações e inscrições:

espaconascente@gmail.com