Uma de nossas missões como adultos e cuidadores de crianças é fazer a mediação do mundo para os pequenos. Também porque eles não conseguiriam sozinhos, crianças precisam de muita ajuda de seus cuidadores para se desenvolverem com saúde, mas não só isso. Acima de tudo, porque cuidar não é apenas sobre a criança, é sobre um processo de aprendizado do próprio adulto, rumo à conquista da maturidade. Maturidade como conquista, e não como consequência natural do envelhecer.
A gente precisa, como adultos, enxergar que cuidar de uma criança é uma escolha da vida adulta. E como toda escolha, ela vem com uma carga de necessidades. Uma delas, a necessidade de estar em posição, sim, de aprendiz, antes de educador. Tornar-se adulto requer muitas vezes um certo afastamento, poder dar um tempo, evitar intervenções desnecessárias no processo de aprendizagem da criança.
É um pouco disso que norteou a conversa no painel de debates Aprender a Aprender, que aconteceu no Siaparental 2017 no dia 08/09. Comigo, Maíra Scombatti, Luzinete Carvalho e Camila Goytacaz, conversando e debatendo com o público da teoria à prática, qual é esse lugar de aprendizado que pode trazer para a vida cotidiana com crianças experiências de crescimento e desenvolvimento humanos mais significativas e potentes.
Cada um através de seu olhar, compartilhando uma possível verdade sobre esta tarefa árdua de se manter como adulto nesta relação, sem deixar de permitir que a criança siga suas próprias demandas e processos internos de aprendizado.
